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Comitê de Gênero debate pobreza menstrual no TJRJ
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 12/08/2021 10:20
Primeira fase da campanha de doação de absorventes arrecada cerca de 50 mil unidades
A presidente do Cogen, desembargadora Suely Lopes Magalhães, com as juízas Adriana Ramos de Mello, Juliana Cardoso, Mirela Erbist, Renata de Lima Machado, Rosana Albuquerque, o secretário municipal de Educação Renan Ferreinha, a subsecretária de Estado de Políticas para as Mulheres, Glória Heloiza e alunas da rede pública.
A presidente do Cogen, desembargadora Suely Lopes Magalhães, com as juízas Adriana Ramos de Mello, Juliana Cardoso, Mirela Erbist, Renata de Lima Machado, Rosana Albuquerque, o secretário municipal de Educação Renan Ferreinha, a subsecretária de Estado de Políticas para as Mulheres, Glória Heloiza e alunas da rede pública. 

 

Foi encerrada nesta quarta-feira (11/8) a primeira fase da Campanha de Dignidade do Fluxo Menstrual, realizada pelo Comitê de Promoção da Igualdade de Gênero, de Apoio às Magistradas e Servidoras e de Prevenção e Enfrentamento do Assédio da Discriminação (Cogen) durante cerimônia no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ).

O ato contou com a presença da desembargadora Suely Lopes Magalhães, presidente do Cogen; da juíza Adriana Ramos de Mello; do secretário municipal de Educação do Rio de Janeiro Renan Ferreirinha; da subsecretária de Estado de Políticas para as Mulheres Glória Heloiza, além de representantes da Secretaria Estadual de Educação e de alunas de escolas públicas. Foram arrecadados cerca de 50 mil absorventes íntimos descartáveis envolvendo todas as comarcas do estado, superando as expectativas iniciais. A campanha tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre a pobreza menstrual.

“É uma campanha permanente. O projeto vai muito além de atender as meninas nessa situação, é mudar o paradigma patriarcal que a dor expõe a todas nós, porque quando uma sofre, todas nós sofremos. O objetivo do grupo de juízas que fazem parte do Comitê de Gênero busca empoderar as mulheres e estar em favor das meninas que não têm dinheiro para adquirir absorventes. Busca reestruturar a dignidade menstrual dessas jovens, permitindo o acesso justo a esses itens. É a necessidade que o TJRJ sentiu de acolher e dar conforto a essas meninas e ajudá-las, visando também minorar outro grande problema que isso desencadeia: a falta às aulas dessas jovens por falta de absorvente. O mais importante é sensibilizar os poderes públicos para constituir essas ações como políticas públicas”, disse a desembargadora.

 

Mais de 49 mil pacotes de absorventes íntimos foram arrecadados durante a campanha. O material será encaminhado para 30 escolas da rede pública
Cerca de 50 mil unidades de absorventes íntimos foram arrecadados durante a campanha. O material será encaminhado para 30 escolas da rede pública

 

Uma pesquisa realizada pelo Unicef sobre a pobreza menstrual aponta que cerca de 30% das alunas do último ano do Ensino Fundamental estudam em escolas que não dispõem dos itens básicos de higiene. A campanha do Comitê é alinhada à Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com a juíza Adriana Ramos de Mello, a educação das meninas é essencial para a igualdade e erradicação da violência de gênero.  

“A falta de condições econômicas para adquirir um absorvente provoca evasão escolar, gerando uma enorme repercussão na vida dessas meninas. É uma campanha que visa trazer para o debate público a questão da pobreza menstrual e da dignidade, buscando a igualdade de gênero. Meninas e mulheres devem ter o mesmo acesso à educação e à saúde e a tudo que representa uma mulher. Uma menina que deixa de estudar, deixa de se qualificar e isso leva a um impacto econômico, social e político”, explicou a magistrada. 

Na reunião, foi anunciado que o resultado positivo do total arrecadado nessa fase da campanha será distribuído em 30 escolas no município. Algumas estudantes estavam presentes e ficaram emocionadas com a iniciativa. Foi o caso de Vitória Araújo, aluna do Instituto de Educação Sarah Kubitschek. Moradora da Vila Vintém, em Padre Miguel, ela ressaltou que a pobreza menstrual ainda é considerada um tabu na sociedade. 

“É muito importante conscientizar que a higiene menstrual não é um luxo, é uma necessidade e é direito de todas nós mulheres”, enfatizou a jovem. 

Participaram da reunião também as juízas Juliana Cardoso, Mirela Erbist, Renata de Lima Machado, Rosana Albuquerque e a servidora e membro do Cogen Soyanni Silva Alves.

SV

Fotos: Brunno Dantas/TJRJ