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Ministro do STJ apresenta método de gestão de precedentes para magistrados do TJ do Rio
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 13/08/2018 15:25

Uma comissão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), presidida pelo ministro Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, tem percorrido os tribunais estaduais com apresentação para desembargadores e juízes da metodologia de gestão dos precedentes. A iniciativa da Comissão Gestora de Precedentes do STJ visa obter uma integração dos tribunais superiores com os estaduais, diante do crescente aumento das demandas em que o objeto é repetitivo, alterando unicamente o autor. Esse crescimento ocasiona congestionamento do sistema judiciário.

Nesta segunda-feira, dia 13, a comissão fez uma exposição no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), com a participação de desembargadores, de juízes, de servidores e também de promotores e de advogados. A reunião foi aberta pelo presidente do TJRJ, desembargador Milton Fernandes de Souza, na companhia da 1ª vice-presidente, desembargadora Elizabete Filizzola Assunção, e da 3ª vice-presidente Maria Augusta Vaz, que preside a Comissão Gestora do Núcleo de Gerenciamento de Precedentes do Tribunal de Justiça do Rio.

O desembargador Milton Fernandes comentou a jornada empreendida pelo ministro Paulo de Tarso Sanseverino nos tribunais estaduais. “Esta iniciativa tem a sua importância em um país tão judicializado como o nosso” – destacou o presidente. A reunião se prolongou à tarde, conduzida pela desembargadora Maria Augusta Vaz, e com palestras de Marcelo Ornelas Marchiori e Diogo Rodrigues Verneque, do STJ.

Demandas crescentes

O ministro Paulo de Tarso Sanseverino explicou que a iniciativa visa melhorar o diálogo com os tribunais, já que na primeira instância é possível a identificação imediata das demandas repetitivas.

Com 100 milhões de processos em tramitação nos tribunais brasileiros, um milhão de advogados e a existência de mais de mil faculdades de Direito, o país apresenta uma crescente escala processual. Esta situação é comprimida pela crise econômica nacional e o contingenciamento de magistrados e servidores do Judiciário. Assim, explica o ministro, torna-se necessária uma racionalização do trabalho.

Paulo de Tarso Sanseverino demonstrou em números o efeito da análise racional das demandas, com a identificação dos repetitivos. Em 10 anos, de 1990 a 2000, o STJ pulou dos iniciais 14 mil para 150 mil processos. Nos anos posteriores, o aumento foi constante, até atingir 335 mil processos em 2016. Com o impacto do trabalho em cima dos repetitivos, em 2017, pôde-se verificar uma redução para 327 mil processos.

O TJRJ ocupa o 4º lugar entre os tribunais que mais remetem recursos ao STJ. Hoje, 25 mil processos que estão no STJ são oriundos do Rio de Janeiro. O Tribunal de São Paulo está em primeiro lugar com a remessa de 136 mil, que se constitui em um índice de 42% do total .

Segundo o ministro, os personagens dos repetitivos são sempre os bancos, as concessionárias de telefonia e de energia elétrica. O ministro destacou que o Novo Código de Processo Civil (CPC) tem instrumentos que possibilitam uma gestão dos repetitivos.

Paulo de Tarso Sanseverino disse que o STJ se mostra preocupado com as consequências geradas pelas demandas repetitivas, principalmente o congestionamento provocado no Poder Judiciário. Acentuou a necessidade de haver celeridade no julgamento das demandas e também segurança jurídica. Concluiu que a missão do Judiciário não é julgar quantidade, mas com qualidade.

PC/AB

Fotos: Luis Henrique Vicent