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Jornalistas e operadores do Direito debatem a divulgação de notícias falsas, as chamadas 'fake news'
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 27/09/2018 18:03

“Como distinguir o que é falso do que é verdadeiro? Nós temos condições de fazer essa distinção?” A partir deste questionamento, o desembargador Fernando Foch, presidente do Fórum Permanente de Mídia e Novas Tecnologias da Informação da Emerj, abriu o evento “Fato e Fake. A Verdade, a Mentira e a Perplexidade”, nesta quinta-feira, 27 de setembro.

O jornalista e professor da Escola de Comunicação e Artes da USP Eugênio Bucci citou filósofos como Platão e Aristóteles para falar da importância da verdade. Falou da relação entre o debate político e a verdade dos fatos.

“ A política se qualifica quando discute opiniões sobre fatos. Por causa das tecnologias digitais, temos uma usina industrial de fabricação das fraudes informativas e isso vem minando algumas bases da democracia, porque impede o contato da política com fatos materiais, e a opinião pública fica sequestrada pelo embate entre fundamentalismos”, destacou Bucci.

O jornalista alertou para as consequências das informações falsas: “Na política, a desinformação compromete resultados, compromete decisões. Um dos exemplos mais citados foi a eleição do presidente Donald Trump, nos Estados Unidos. Quando o que está em jogo são informações da república, daquilo que é de todos, a mentira traz consequências desastrosas”.

Cristina Tardáguila, jornalista que se especializou em checagem de notícias, disse que é preciso ficar atento para não cair nas armadilhas dos compartilhamentos de falsas notícias, principalmente em redes sociais. “Há uma série de dicas para não deixar que nossos gostos, crenças e os nossos desejos nos empurrem para aquele compartilhamento imediato da informação que dialoga com os nossos instintos e não com a nossa razão”.

A jornalista, fundadora da agência Lupa, que oferece artigos checados para outros veículos de comunicação, citou algumas dessas dicas: “O primeiro passo é duvidar em excesso. A partir daí verificar se o título da postagem se reflete no corpo do texto; checar a data da postagem para não repetir notícia velha, verificar a autoria da informação; e observar se os dados estão atrelados a fontes confiáveis.”

Também participaram do encontro o procurador de Justiça Kleber Couto e o desembargador Wagner Cinelli de Paula Freitas, membro do Fórum.

Fonte: Assessoria de Comunicação Institucional da Emerj