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TJ promove primeiro casamento comunitário em Nova Iguaçu
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 01/10/2018 15:54

                                                                                       Marcos teve seu pedido de casamento aceito por Alexandra durante viagem na van

 

Há 28 anos, Marcos Abidon começou a paquerarsua vizinha, Alexandra Costa, sempre que cruzava com ela nas ruas de Nova Iguaçu. Ela resistiu durante seis meses, até ceder aos seus encantos. Três filhos e duas netas depois, Marcos novamente penou até convencê-la a oficializar a união. E o local escolhido para o pedido não poderia ser mais inusitado: dentro de uma van.

“No começo eu não queria, porque achei que não precisava. Prosseguimos em nosso relacionamento, tivemos três filhos e duas netas. Ele continuou insistindo até que um dia, dentro de uma van, voltando para Nova Iguaçu, entrou um rapaz vendendo alianças de brinquedo. Então ele pediu novamente. Daí eu disse: Então bora casar’”, contou Alexandra.

Essa foi uma das 25 histórias que terminaram com final feliz neste domingo, durante a realização do primeiro casamento comunitário promovido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro no município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O casamento foi celebrado pelo juiz Octávio Chagas de Araújo Teixeira, titular do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Nova Iguaçu.

A cerimônia, realizada na praça de alimentação do Shopping Nova Iguaçu, reuniu 25 casais que participaram das audiências de conversão da união estável em casamento e receberam a certidão com o novo estado civil. O projeto Casamento Comunitário do TJRJ foi promovido em parceria com as secretarias municipais de Cultura e Assistência Social de Nova Iguaçu, além da Defensoria Pública.

                                                                                                       25 casais participaram da cerimônia no Shopping Nova Iguaçu

 

Primeiro casal a ser chamado para a área montada para a cerimônia, Auda Santos, 44 anos, e Antonio Marcos Silva, 46 anos, oficializaram uma união de sete anos, de uma história de amor rechaçada por vários membros da família.

“Nós somos primos de primeiro grau e, desde adolescentes, quando descobrimos que gostávamos um do outro, enfrentamos a resistência da família, que achava errado o relacionamento entre primos. Há sete anos resolvemos ficar juntos e muita gente foi contra, meus avós, primos, tios. Mas sei que o mais importante é o amor, o respeito, e ela é um boa menina. A gente se gosta há muito tempo”, disse Antonio Marcos.

Auda também não escondia sua felicidade. “Estou muito feliz. Sempre tive vontade de casar com ele e hoje foi o grandioso dia”, afirmou.                           

Ao final da cerimônia, o juiz Octávio Chagas não escondeu sua satisfação pela oportunidade de celebrar o primeiro casamento comunitário em Nova Iguaçu.

“Essa cerimônia foi uma surpresa muito importante para mim. O realização do primeiro casamento comunitário promovido pelo Tribunal de Justiça em Nova Iguaçu foi uma ideia que surgiu junto com a Defensoria Pública do Estado, em parceria com a Secretaria Municipal de Ação Social e a Secretaria Estadual de Direitos Humanos com o objetivo de fortalecer as famílias. Inclusive, durante a cerimônia, eu procurei inverter o papel da mulher, sendo a noiva a primeira a colocar a aliança, seguida pelo noivo. Nesta primeira cerimônia, reunimos 25 casais e a ideia é darmos prosseguimento, para que as pessoas que não têm condições fiquem isentas do pagamento de emolumentos e, com isso, possam oficializar uma união que, às vezes, já está acontecendo. Essa ação é também uma oportunidade do Tribunal de Justiça se mostrar presente junto à população do município”, avaliou o juiz.

Fotos: Felipe Cavalcante/TJRJ

JM/SF