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Fórum de Belford Roxo inaugura sala de atendimento do Projeto Violeta
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 19/12/2018 16:07

O Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher inaugurou nesta quarta-feira, dia 19, o Projeto Violeta na Comarca de Belford Roxo, na Região Metropolitana do Rio. O local foi idealizado para prestar atendimento especializado e rápido às mulheres vítimas de violência doméstica. O Fórum fica no bairro São Bernardo, na Rua Joaquim da Costa Lima.

Para acolher de forma adequada as mulheres que levam seus filhos, foi montada uma pequena brinquedoteca ao lado da sala de atendimento, na qual a vítima responde um questionário produzido pela equipe técnica do Juizado. A juíza Aline Abreu Pessanha destacou a importância de elaborar um espaço seguro e confortável, a fim de garantir um atendimento humanizado.

“Tem mães que preferem não contar as agressões que sofreram, pois os filhos estão por perto. Elas não querem que eles escutem os relatos. Então a brinquedoteca foi pensada para dar tranquilidade à mãe, que vai poder contar de forma sincera e tranquila o que aconteceu, enquanto consegue ver que seu filho está na sala ao lado, brincando e se distraindo”, disse a magistrada.

O defensor público Vander da Silva Antunes elogiou o espaço e se comprometeu a ajudar com o desenvolvimento do local. Ele destacou a importância da atuação da sociedade na prevenção dos casos de agressão.

“É muito importante ter um espaço destinado especialmente para tratar desses casos. A ideia é que os órgãos possam trabalhar em parceria para garantir a segurança das mulheres e, também, incentivar a população no combate à violência de gênero. Eles podem, por exemplo, fazer doações à brinquedoteca”, comentou.

A rapidez em atender às vítimas e conceder as medidas protetivas é destacada como um fator primordial para proteger as mulheres de novas agressões. Porém, de acordo com a delegada Daniela Amorim, a crise econômica que afeta o estado do Rio de Janeiro não só dificulta a atuação da rede de atendimento às mulheres, com instituições sucateadas ou fechadas, mas também tem impacto direto em outro ponto negativo.

“A gente percebe que os casos de violência costumam crescer em épocas de crise. Isso se manifesta quando o parceiro está insatisfeito e aflito, e agride a mulher num ato de covardia para descontar suas raivas”, afirmou.

O promotor Bruno Corrêa exaltou a criação do espaço que, para ele, integra um projeto que tem como objetivo disseminar os serviços disponibilizados pelas instituições de atendimento. Ele acredita que os atendimentos às vítimas têm crescido nos últimos anos não pelo aumento no número de casos, mas porque as mulheres passaram a se informar sobre as redes de proteção e começaram a procurá-las.

“Há muitas mulheres que não despertam para a situação que vivem. Romper com a cultura de violência não é fácil, então é preciso incentivar toda iniciativa para que a mulher possa reconhecer sua situação e difundir espaços de atendimento especializado”, disse.

 

Sobre o Projeto Violeta

Vencedor do Prêmio Innovare em 2014, o Projeto Violeta tem como objetivo garantir segurança e proteção máxima às vítimas de violência doméstica com maior celeridade. As mulheres fazem o registro de ocorrência da violência sofrida e são encaminhadas, no mesmo momento, a um juizado para que o magistrado aprecie o pedido logo após a equipe multidisciplinar que trabalha no juízo escutar a vítima. A prática reduz de quatro dias para até quatro horas o tempo entre o crime e a decisão do juiz sobre a medida protetiva para a mulher.

JGP/SF

Fotos: Felipe Cavalcanti/TJRJ