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No Juizado Especial de Copacabana quase 30% das ações envolvem idosos
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 14/01/2019 16:05

O bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, além de ser um dos principais e mais famosos cartões postais do Brasil, é o que concentra o maior número absoluto de idosos em todo o país.

E esses números, é claro, podem ser observados no V Juizado Especial Cível (Jec), que fica no bairro: em 2018, quase 30% dos processos que compunham o acervo tinham em sua capa o aviso “Prioridade Idoso”. Isso corresponde a 712, das 2.417 ações do juizado em dezembro de 2018.

Mas engana-se quem pensa encontrar pessoas desinformadas e cheias de dúvidas no balcão de atendimento: em sua maioria, a chamada “terceira idade” sabe exatamente como fazer valer seus direitos na hora de procurar a Justiça.

“Os idosos são muito atuantes, inclusive, muitos procuram o juizado sem advogado e são atendidos pelo primeiro atendimento, o setor que auxilia quem chega sem advogado. Eles têm consciência de seus direitos e são muito antenados! ” Afirma a juíza Marcia Capanema, há oito anos titular do V Jec.

A maior parte dos processos são indenizações por dano moral e material, o que comprova o comentário da juíza de que os idosos estão dispostos a correr atrás de seus direitos e de serem indenizados, na falta deles. Alguns pedidos, porém, acabam revelando que o autor da ação é idoso: “Recebo muito processo de reativação de linha fixa de telefonia e processos referentes a confusões em assembleias de condomínios, nas quais eles são assíduos”, conta a magistrada.

Mas a juíza explica que os campeões de queixa são mesmo os empréstimos consignados, oferecidos quase instantaneamente depois que a pessoa se aposenta. “Infelizmente os idosos são vítimas frequentes de instituições financeiras, muitas vezes incentivados por pessoas da própria família, e acabam se endividando. Processos contra planos de saúde, seja por reajustes abusivos ou por falta de autorização para realizar exames também são frequentes no nosso juizado”.

De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010 havia 43.431 moradores em Copacabana com 60 anos ou mais, quase um terço da população do bairro, que era de 146.392. E com o aumento da qualidade de vida da população, com a prática de mais exercícios físicos e de tratamentos oferecidos pela medicina, a tendência é que o bairro tenha, cada vez mais, moradores idosos.

 

SF / PC