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Integrante da torcida Jovem Fla que matou rival botafoguense com espeto de churrasco é condenado a 26 anos de reclusão
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 27/11/2019 20:54

O Conselho de Sentença do 2º Tribunal do Júri da Capital do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro condenou Rogério Silva Guinard, integrante da torcida organizada Jovem Fla, à pena de 19 anos de reclusão, em regime fechado pela morte do torcedor do Botafogo, Diego Silva dos Santos, integrante da torcida Fúria Jovem, durante conflito entre torcidas ocorrido no dia 12 de fevereiro de 2017, no bairro do Engenho de Dentro, na Zona Norte do Rio. Durante o conflito Diego foi perfurado por Rogério com um espeto de churrasco. Rogério também foi condenado a outros sete anos e seis meses de reclusão por associação criminosa.

Um terceiro acusado de participar do crime, também integrante da torcida Jovem Fla, Vitor Portêncio da Silva, que também seria julgado ontem, teve o júri adiado porque os advogados não compareceram. Ele agora terá sua defesa sob a responsabilidade da Defensoria Pública enquanto aguarda a marcação de nova data para o julgamento.

O júri teve início na tarde desta terça-feira (26/11) e a sentença foi anunciada pela juíza Elizabeth Louro, presidente do 2º Tribunal do Júri da Capital, já na madrugada desta quarta-feira. Outro acusado de participar do conflito, Herbert Vinicius Sabino de Paula foi absolvido do crime de homicídio pelo Conselho de Sentença, mas foi condenado por associação criminosa. Como já cumpriu três anos em prisão provisória, irá cumprir o restante da pena em regime aberto.

No dia 12 de fevereiro de 2017, estava marcado o jogo entre o Flamengo e Botafogo, no estádio do Engenhão, pelo campeonato estadual. Por volta das 18 horas, integrantes da torcida organizada “Jovem Fla” caminharam em direção à Rua das Oficinas, no Engenho de Dentro, na Zona Norte do Rio, com o objetivo de iniciarem conflito com integrantes da torcida organizada botafoguense “Fúria Jovem”. Durante o confronto, Diego Silva dos Santos, caiu no chão sendo atingido por chutes, socos, golpes de porrete, tendo sido perfurado várias vezes. Diego chegou a ser socorrido por torcedores do Botafogo, mas morreu no Hospital Salgado Filho.

“Para além das deletérias consequências de crimes que tais para a sociedade em geral, releva notar o perigo presumido que comportamentos desta natureza representam para o Estado Democrático de Direito, a julgar pelo discurso fascista dos integrantes destes grupos, indicando que o principal móvel de suas condutas é a destruição pura e simples do outro, entendido este como aquele que não professe suas crenças ou não partilhe de seus gostos e escolhas”, destacou a magistrada durante a leitura da sentença.

Processo nº: 0065133-88.2017.8.19.0001