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Justiça determina nova perícia sobre sanidade do estudante que agrediu empresária na Barra
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 13/03/2020 18:46

Em audiência realizada nesta sexta-feira (13/3) no 3º Tribunal do Júri da Capital, a empresária Elaine Caparroz disse não ter dúvidas que o crime foi premeditado. Ela sofreu uma suposta  tentativa de feminicídio no ano passado quando teria sido espancada por horas pelo estudante de Direito Vinicius Batista Serra, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.

A pedido do Ministério Público, será feita uma nova perícia para comprovar se Vinícius sofre de algum tipo de transtorno mental, conforme alega sua defesa. Segundo o juiz Alexandre Abrahão, para garantir a máxima transparência na elaboração do laudo, a perícia será feita na presença dos assistentes técnicos, tanto da defesa quanto da acusação, o que não  aconteceu com o documento anexado ao processo.

No depoimento, Elaine contou que ela e Vinícius se conheceram através da rede social Instagram e depois passaram a se comunicar pelo aplicativo de mensagens WhatsApp. Apesar de responder diversas vezes que não estava interessada em conhecê-lo pessoalmente, após quase oito meses de insistência, concordou em recebê-lo na própria casa.

Elaine narrou que, ao chegar ao seu condomínio, Vinícius deu o nome de Felipe ao porteiro, mudando, depois, para Vinícius Felipe, para que ela autorizasse sua entrada. Ela afirmou que a primeira impressão que teve dele foi a de um homem simpático, gentil e educado.

Após beberem uma garrafa de vinho, eles começaram a assistir a um filme de terror, por sugestão de Vinícius. Nesse momento, Elaine conta que começou a se sentir mal, “como se estivesse sonhando”. Recebeu, então, uma chamada de vídeo do filho, o lutador de jiu-jitsu Rayron Grace, e se esforçou para parecer que estava bem.

Quando já se sentia muito tonta, Vinícius começou a beijá-la e os dois foram para o quarto. Ela se lembra de ter dormido e depois acordado com Vinícius jogando-a no chão e batendo em seu rosto. Quanto mais ela gritava para parar, mais ele a agredia com socos e mordidas. Por fim, depois de muito tempo, Vinicius a levantou e a apertou com tanta força que ela desmaiou.

Sua última recordação daquele dia foi de ter acordado com o quarto já em silêncio e de ter engatinhado até a porta para pedir socorro.

Também prestaram depoimento o policial Abel Soares, um dos que atenderam ao chamado feito pelo número 190. Ele contou que chegou ao prédio no momento em que Vinícius saía do elevador, já na recepção, com a mão ensanguentada. Seu colega teria subido ao apartamento, enquanto ele ficou com Vinícius na recepção. Minutos depois, recebeu a ordem de algemá-lo, o que foi feito sem nenhuma resistência por parte do agressor, que parecia confuso. Sobre o cenário do crime – o apartamento de Elaine - o policial contou que era “o pior possível”.

Foi ouvido, ainda, um dos porteiros do condomínio, Gilvan Lima. Ele contou que chegou à recepção do prédio quando Elaine estava sendo socorrida, e que ela estava tão desfigurada que não a reconheceu.

Ainda faltam ser ouvidas as testemunhas de defesa e o próprio réu.

Proc. 0037639-83.2019.8.19.0001

SF/FB