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Justiça manda prender e extraditar dos Estados Unidos o empresário conhecido por “Rei Arthur”
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 12/05/2022 14:32

O juiz Marcello Rubioli, da 1ª Vara Criminal Especializada, determinou a prisão e a extradição do empresário Arthur César de Menezes Soares Filho, conhecido como “Rei Arthur". A medida será comunicada à Interpol, já que “Rei Arthur” está, atualmente, nos Estados Unidos onde cumpre pena pela acusação da compra de votos das Olimpíadas 2016, realizadas no Rio de Janeiro.  

Na denúncia oferecida pelo Ministério Público, Arthur Soares Filho é acusado de graves crimes contra a administração pública. Ele mantinha ligações com o delegado de polícia Angelo Ribeiro de Almeida Júnior, que foi titular da Delegacia de Polícia Fazendária (Defaz) no período de dezembro de 2008 a abril de 2015, e utilizava o cargo para impedir o andamento regular de investigações criminais sobre débitos fiscais com o estado, em troca de vantagens indevidas. 

Nas investigações, uma testemunha contou que “Rei Arthur” transferiu cerca de R$ 2 milhões para que o delegado e sua mulher, Renata Andriola, adquirissem uma franquia do restaurante L’Entrecôte de Paris, em Ipanema. A transferência foi realizada por uma das empresas de Arthur Soares com a celebração de um acordo de um pretenso contrato. O colaborador acredita que esse “empréstimo” não seria pago e viabilizaria, na verdade, o pagamento de vantagens indevidas, para que os inquéritos na Defaz não tivessem decisões desfavoráveis a Rei Arthur. Tanto que, por ocasião da falência do restaurante, a empresa de Arthur Soares não se habilitou aos créditos, demonstrando o desinteresse no recebimento dos valores conforme o contrato de mútuo. 

A denúncia ainda aponta que, após o afastamento da Delegacia de Polícia Fazendária, Angelo Ribeiro continuou com poder e prestígio, graças à interferência do ex-presidente da Alerj, Jorge Picciani. Angelo Ribeiro foi cedido para a Alerj, onde passou a atuar no impedimento do andamento de investigações, utilizando uma rede de pessoas influentes. 

Diante dessas acusações, o juiz Marcello Rubioli também determinou o afastamento de Ângelo Ribeiro das funções de delegado de polícia e das que exerce na Alerj. O delegado também perdeu o porte de arma e e está proibido de frequentar a Assembleia Legislativa.  

O magistrado também mandou fazer buscas e apreensões de telefones celulares, computadores e qualquer outro aparelho eletrônico dos acusados, com a respectiva quebra do sigilo dos dados.   

Processo: 0111405-67.2022.8.19.0001 

PC/MB