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'Direitos dos Idosos': terceira idade mais ativa e caminhos para o melhor envelhecimento são debatidos por pesquisadoras
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 03/10/2016 18:10

Um dia dedicado a debates sobre os direitos dos idosos e o papel do Poder Judiciário e de todos os órgãos públicos na garantia do bem-estar desses cidadãos deixou claro que a visão sobre a terceira idade é, atualmente, diferente daquela de tempos atrás. Hoje, os idosos são cada vez mais ativos e produtivos. É o que defende a pesquisadora Ana Amélia Camarano, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que participou da primeira mesa do seminário “Políticas Públicas e o Desafio da Garantia de Direitos Humanos Para Idosos”, realizado no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) nesta segunda-feira, dia 3.

A pesquisadora também falou de mitos e preconceitos acerca do tema, das relações entre crescimento demográfico e expectativa de vida, além de perspectivas para o cenário brasileiro para as pessoas mais velhas. “Estamos caminhando para o 'superenvelhecimento’ da população. Isso é resultado da menor fecundidade e maior qualidade de vida”, explicou Camarano, que também disse esperar que a população, cada vez mais individualista, segundo ela própria, não entre em um conflito de gerações.

A outra debatedora foi a professora Sandra Rebello, da Universidade Aberta da Terceira Idade (Unati/Uerj) e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). Para ela, os idosos ainda têm dificuldade de usar direitos previstos em lei, mesmo nas ações diárias.

“Muita burocracia ainda dificulta a implementação de políticas públicas para idosos. Tem que ser dada a oportunidade do idoso compreender seu próprio processo de envelhecimento”, comentou, assegurando que os mais velhos precisam se assumir como pessoas da terceira idade, e que não há problema algum nisso, já que poderão usufruir dos benefícios.

A corregedora-geral da Justiça, desembargadora Maria Augusta Vaz, concorda com Sandra. Ela se assume como idosa, assim como participantes da plateia, e disse ter orgulho. “Somos ativos, temos direitos. E ainda bem que somos idosos, envelhecemos bem”, afirmou.

A mesa foi coordenada pela juíza Maria Aglaé Tedesco Velasco, da 15ª Vara de Família do TJRJ. A magistrada pontou questões importantes na relação entre idosos e Judiciário.

“Existe uma ideia pré-concebida da incapacidade do idoso, até mesmo nos processos que vemos no Judiciário”, admitiu, e revelou que ainda sente que, até hoje, poucos juízes fundamentam decisões com base no estatuto do idoso, quadro que já poderia ter sido alterado.

A abertura do evento foi feita pela juíza Raquel Chrispino, coordenadora Judiciária de Articulação das Varas de Infância e Juventude e Idoso, e pela juíza auxiliar da Presidência do TJRJ Adriana Ramos de Mello.

 

GL/AB

Foto: Gustavo Lethier/TJRJ