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Falso empresário acusado de atrair e escravizar modelos é condenado a 32 anos de prisão
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 02/04/2019 18:25

O juiz Marco Couto, da 1ª Vara Criminal de Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, condenou dois homens acusados de atrair com falsas promessas de trabalho jovens de várias partes do país que sonhavam com fama e sucesso. Assim que chegavam, as vítimas eram obrigadas a entregar senhas e cartões de banco, tinham seus passos controlados e eram drogados para fazer sexo com Antônio José de Barros Savino,  apontado como mentor do golpe

A mãe de um dos rapazes, acreditando que investia na carreira do filho, fez depósitos que totalizaram R$ 500 mil, resultado da venda de uma casa, parte de uma indenização trabalhista, aposentadoria do INSS e um carro, além de alugar um apartamento no Recreio para que o filho fosse um cantor de sucesso.

Preso preventivamente desde 2017, Savino foi condenado a 32 anos e 6 meses de detenção em regime inicialmente fechado. O seu comparsa Maicon Rodrigo da Cunha, que está foragido, foi sentenciado a 3 anos e seis meses.

Segundo a denúncia, a dupla localizava os jovens através das redes sociais e os selecionava cuidadosamente, levando em conta suas aspirações artísticas, seus atributos físicos, suas origens interioranas e a recém-completada maioridade civil. Na internet, Savino apresentava falso currículo como empresário de 400 famosos. Publicava matérias “fakes” sobre o sucesso dos jovens em propagandas de empresas e projetos fictícios em novelas de emissora de tevê. Mas confinava os rapazes em uma casa e apartamento na Zona Oeste.

Quem ousava descumprir as ordens de Savino era ameaçado de morte. Ele dizia que recorrer a um policial especialista em dar surras. O terror psicológico era tão grande que os jovens eram proibidos de ter namoradas e todos os contatos que faziam eram monitorados.

O caso veio à tona no dia 17 de outubro de 2015, durante uma inspeção realizada pela Auditoria Fiscal do Trabalho em uma casa da Rua Hipólito, em Curicica, Jacarepaguá, onde foram encontrados oito jovens. Outros dois eram mantidos em um apartamento na Vila do Pan.  A investigação apurou que os acusados fizeram pelo menos 15 vítimas.

Processo 0003607-33.2016.8.19.0203

AB