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Psicólogos no TJRJ: há 20 anos contribuindo para uma Justiça mais humanizada
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 27/08/2019 11:03

                                      Daniele Bloris trabalha na Equipe Técnica Interdisciplinar Cível (ETIC) da Capital, no Fórum Central

 

Em 1998, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro realizava o primeiro concurso para psicólogos. Desde então, a importância da Psicologia Jurídica vem crescendo a cada ano no estado:

- Depois do concurso, essa disciplina começou a integrar a grade das universidades, e também aumentou o número de cursos de pós-graduação nessa área – conta a psicóloga Daniele Bloris, que tomou posse em fevereiro de 1999, integrando um grupo de pioneiros no TJRJ.

Contribuir para tornar a Justiça mais humanizada, promover a garantia de direitos e a pacificação social estão entre as missões dos psicólogos que trabalham no Judiciário:

- O psicólogo oferece uma escuta sensível, que faz a diferença tanto para as partes envolvidas no processo, através das entrevistas e projetos oferecidos, quanto para os operadores de Direito, através dos relatórios e pareceres - explica Daniele Bloris.

Eduardo Ponte Brandão, que também integra o TJRJ desde o primeiro concurso, da mesma forma ressalta a importância desses profissionais para a Justiça:

- Não consigo imaginar o sistema Judiciário sem o apoio de psicólogos, assim como das equipes técnicas como um todo. Compartilhamos o compromisso ético e o cuidado com as pessoas nos casos de famílias cujos membros, em sua maioria, passam por situações de grande sofrimento. A definição da guarda de um filho, o estabelecimento de uma convivência familiar, a formalização de um laço socioafetivo, são exemplos de decisões que terão consequências duradouras para a criança e para o adolescente, podendo alterar, inclusive, a rota de seu desenvolvimento como pessoa humana.

A rotina desses profissionais não é fácil, pois, muitas vezes, tratam casos  complicados, como conta Gisella Cohen:

- Lidamos com sofrimento humano em suas mais diversas faces. Muitas histórias e rostos me impactaram, mas, sem dúvida, as devoluções de crianças e adolescentes em processo de adoção são os casos mais devastadores. Precisamos acolher aquela criança tão marcada por perdas enquanto lidamos com nossas próprias impossibilidades.

A psicóloga, que ingressou no TJRJ em 2013, reforça a fala dos colegas mais antigos:

-Ser psicólogo no Tribunal de Justiça é um grande desafio, pois nossa atuação vai além do trabalho de perícia que subsidia a decisão do juiz. Penso que estamos no Judiciário, principalmente, para humanizar as relações. Somos, muitas vezes, a única fonte de suporte dos desassistidos e fazemos a ponte entre Judiciário e Executivo na tentativa de amenizar o sofrimento humano - observa Gisella.

Daniele Bloris acrescenta:

- A Psicologia tem muitas possibilidades de atuação e acolhimento dos indivíduos. No caso do psicólogo que atua no Judiciário, a escuta oferecida possibilita um certo protagonismo das partes diante dos conflitos em que estão envolvidos.

Nesta terça-feira, 27 de agosto, celebra-se o Dia da Daniele, do Eduardo, da Gisella e de 350.920 psicólogos no país, segundo dados do Conselho Federal de Psicologia. Desse total, 213 trabalham no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

RR/SD

Foto: Brunno Dantas/TJRJ

 

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