Exposição “Consciência e visibilidade” é aberta no Espaço de Arte Desembargador Deocleciano Martins de Oliveira Filho
A exposição “Consciência e visibilidade: caminhos de luta por liberdade” foi aberta nesta terça-feira (16/07) no Espaço de Arte Desembargador Deocleciano Martins de Oliveira Filho, hall da Lâmina III do Fórum Central. A apresentação é uma parceria entre o Museu da Justiça do Rio e a Universidade Salgado de Oliveira e pode ser vista de segunda a sexta, das 11h às 17h. Dividida em três partes, a amostra realiza um resgate da luta da população negra contra o racismo ao longo dos séculos.
A primeira parte apresenta as pinturas de Johann Moritz Rugendas para contextualizar a sociedade brasileira no século XIX. A segunda, alcança diversas revoltas promovidas pela população negra contra a escravidão, com histórias que vão desde a Revolta dos Malês até a resistência de uma mulher negra escravizada que se recusou a casar com o homem escolhido pelo seu “dono”. Já a terceira, expõe quase 30 personagens que tiveram suas histórias invisibilizadas.
Roda de conversa
Para inaugurar a abertura da nova exposição, o Museu da Justiça do Rio promoveu hoje, às 17h, a roda de conversa virtual “Consciência e visibilidade”, que dissertou sobre os contrastes históricos e sociais que fizeram parte da construção da Cidade do Rio de Janeiro. A reunião foi mediada pela historiadora Tayná Louise de Maria e contou com a participação da servidora e historiadora Tatiana Lima Brandão, além do museólogo Maximiliano de Souza.
A desembargadora Patrícia Ribeiro Serra Vieira, vice-presidente dos Comitês de Promoção da Igualdade de Gênero e de Prevenção e Enfrentamento dos Assédios Moral e Sexual e da Discriminação (COGEN 1º Grau e COGEN 2º Grau), que abriu a palestra, ressaltou o trabalho dos COGENs contra a discriminação racial. “A questão da racialidade é muito sensível para nós porque temos o dever de lutar contra as desigualdades sociais e econômicas que perduram até o dia de hoje”, pontuou.
O museólogo Maximiliano de Souza aproveitou o espaço de abertura para apresentar sua perspectiva na elaboração da exposição. “O projeto partiu de um convite para conhecer um acervo que estava sendo disponibilizado pela Universidade Salgado de Oliveira, de Niterói. Mas precisávamos colocar aquele conteúdo dentro de um contexto que fosse ao encontro dos propósitos do Museu da Justiça, que é a luta pela igualdade racial. Por isso, essa amostra é tão vasta de conteúdo”, disse.
Mas, para lutar contra o racismo hoje é preciso olhar para trás e conhecer as suas origens, conforme afirmou a servidora e historiadora Tatiana Lima Brandão. “Precisamos olhar para trás para entender o nosso presente e pensar em como melhorar o nosso futuro. Como diz um sankofa, um provérbio africano, ‘nunca é tarde para a gente voltar e apanhar o que ficou para trás”, concluiu.
KB/PH*/FS
PH*, estagiário sob supervisão
Fotos de Felipe Cavalcanti