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Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher debate ações para 2019
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 26/02/2019 13:51

“Todas as instituições precisam estar juntas para que o trabalho realmente funcione”, avalia a juíza Adriana Ramos de Mello.

 

A Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Coem) do Tribunal de Justiça do Rio reuniu, nesta segunda-feira, dia 25, a Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher para discutir projetos em andamento e ações a serem desenvolvidas ao longo do ano. “Esse encontro foi fundamental para que representantes das diferentes instituições envolvidas se conheçam e apresentem seus projetos”, afirma a juíza Adriana Ramos de Mello, titular do I Juizado de Violência Contra a Mulher.

A magistrada destacou ainda a importância da ação conjunta no combate à violência contra a mulher. “Ainda temos um alto número de feminicídios no Rio de Janeiro, e todas as instituições precisam estar juntas para que o trabalho realmente funcione”, avalia.

Conscientização

Luciana Fiala, juíza titular do 5º Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Capital, concorda. Para ela, é necessária a cooperação de órgãos estaduais e municipais, juntamente com a Justiça, nesse esforço. “Precisamos divulgar as ações programadas e trabalhar para conscientizar as mulheres e a sociedade na luta contra esse tipo de violência”, diz.

A juíza Adriana Ramos propôs ainda a criação de um grupo de Whatsapp para reunir os representantes da Rede de Enfrentamento. O objetivo é facilitar ações rápidas, que possam salvar vidas.

Joyce Braga, subsecretária municipal de Políticas para a Mulher, lembra uma ocasião em que a cooperação e a ação rápida ajudaram a salvar uma pessoa. “Recentemente, tínhamos de resgatar uma mulher ameaçada de violência em uma área de risco, dominada pela milícia. Normalmente, esse transporte é feito pela Cejuvida (Central de Abrigamento Provisório da Mulher Vítima de Violência Doméstica), mas o carro estava longe e ia demorar três horas para chegar”, lembra. “Mobilizamos uma van para fazer o resgate de forma emergencial”.

Rosangela Pereira, diretora do Centro Especializado de Atendimento à Mulher Chiquinha Gonzaga, da Prefeitura do Rio, destaca a importância da cooperação institucional e da conscientização das mulheres em situação de risco. “Em casos de ameaça com arma de fogo, por exemplo, sem um registro não é possível emitir um mandado de busca e apreensão”, observa.

Alto risco

Ela conta que, dos 317 atendimentos por violência doméstica feitos no Centro Chiquinha Gonzaga no ano passado, 70 mulheres disseram que foram ameaçadas com arma de fogo. Dessas, 30 disseram que viram a arma, e 40 afirmaram que foram ameaçadas, mas não tinham certeza se o agressor estava mesmo armado.

“Isso é mais de 20% do total dos casos”, diz Rosangela. A diretora observa que os números registrados no Chiquinha Gonzaga estão em linha com o que ela tem observado em outros centros semelhantes no país. “Desses casos no ano passado, só perdemos uma vida, de uma mulher que estava em situação de rua, mas o risco é muito alto”, conclui.

CHV/ SF

Fotos: Felipe Cavalcanti