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Ônibus Violeta leva ao Centro do Rio informações sobre a violência doméstica
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 11/03/2019 18h02

 

Decidida a obter ajuda na busca por informações sobre o processo que move contra o ex-marido por abuso contra a própria filha, a copeira A.M.C. encontrou hoje (11/3) as orientações que precisava na Unidade Móvel do Juizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher. Estacionado em frente ao Fórum da Capital, no Centro do Rio, o ônibus do Projeto Violeta abriu caminhos para mulheres como A.M.C e a aposentada M.J, que ali buscou informações para socorrer a neta expulsa de casa “com a roupa do corpo” pelo companheiro.

A mobilização do Projeto Violeta - que tem como objetivo garantir a segurança e a proteção máxima das mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, acelerando o acesso à Justiça daquelas que estão com sua integridade física e até mesmo com a vida em risco - atraiu dezenas de pessoas, inclusive homens, e faz parte das atividades do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) na Semana da Justiça Pela Paz em Casa. Amanhã (12/3), o ônibus estará no Fórum Regional da Barra da Tijuca, na Av. Luís Carlos Prestes, s/n.

- Eu não sabia onde obter ajuda. Estava do outro lado da rua e vi o ônibus. Foi uma luz. Aqui encontrei as orientações. Estou precisando de ajuda. Minha filha sofreu abuso do pai há dois anos, quando tinha 9 anos, e nada aconteceu com ele ainda -, contou A.M.C., com lágrimas nos olhos.

Integrante do Coletivo de Mulheres do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a universitária Roberta Teixeira, 21 anos, fez questão de pegar o material que estava sendo distribuído - cartilha e folders - na unidade móvel sobre a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06) e os locais onde as mulheres podem obter ajuda.

- Esse projeto é fundamental. Só em 2019 já foram registrados mais de cem homicídios contra mulheres no Brasil. A cada 8 minutos uma mulher é agredida. E muitas não sabem onde encontrar apoio, onde denunciar. Vou levar o material para o coletivo.

Roberta recebeu o material de quem já conheceu a dor da violência doméstica de perto. Integrante do Projeto Pais Trabalhando, do TJRJ, Fernanda Rangel faz questão de participar da mobilização do Projeto Violeta.

- Fui vítima de violência doméstica física e psicológica. Mas venci a barreira e denunciei meus ex-marido. Fiz boletim de ocorrência, pedi medida protetiva. Ele hoje não pode chegar perto de mim. Estou reconstruindo minha vida com minhas filhas. Estou estudando Direito e sempre vou abraçar essa causa.

Diferentes atividades serão realizadas no TJRJ na Semana da Justiça pela Paz em Casa. A programação, organizada pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (COEM), inclui a exposição Mulheres, a Hora e a Voz, no Museu da Justiça – Centro Cultural do Poder Judiciário.

FS/SD

Fotos: Luis Henrique Vicent