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Campanha ‘Banco Vermelho’ e Protocolo contra o feminicídio são apresentados no Antigo Tribunal do Júri
Notícia publicada por Secretaria-Geral de Comunicação Social em 04/12/2025 09h03

Juíza Katylene Collyer, juíza Katerine Jatahy, desembargadora Adriana Ramos de Mello, presidente do IBV, Andréa Rodrigues, e vice-presidente do IBV, Paula Limongi

De acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, pelo menos quatro mulheres morreram vítimas de feminicídio, por dia, durante o ano de 2024. Com o objetivo de chamar atenção para a causa e sensibilizar toda a sociedade em torno do combate à violência contra a mulher, a campanha Banco Vermelho foi apresentada nesta quarta-feira, 3 de dezembro, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).  

O Banco Vermelho representa acolhimento e informação, trazendo a mensagem “Sentar e Refletir. Levantar e agir.” A escolha da cor carrega o simbolismo do sangue derramado pelas vítimas, além de fazer referência ao “Pare” das sinalizações de trânsito. Embora tenha surgido na Itália, em 2016, só chegou ao Brasil em 2023 por meio do Instituto Banco Vermelho (IBV), fundado por Andréa Rodrigues e Paula Limongi, que perderam amigas vítimas de feminicídio e decidiram transformar a dor do luto em luta, como elas fazem questão de afirmar. 

No Antigo Tribunal do Júri, Andréa e Paula deram detalhes sobre a atuação do projeto, que aposta na prevenção a partir da comunicação, tecnologia e educação como forma de alcançar o “feminicídio zero”, e foi oficializado pela Lei N° 14.492/2024, passando a fazer parte do “Agosto Lilás”, mês nacional de conscientização e combate à violência contra a mulher.  

“O banco é democrático. Ele está numa praça, no parque, numa periferia, numa escola, ele pode estar em qualquer lugar. A proposta de um banco comum é de sentar e descansar. O nosso vai além. Ele chama você para sentar e refletir, levantar e agir. Então, ele é um ponto de acolhimento, de prevenção e de informação.”, afirmou Andréa, que é presidente do IBV. 

A atividade também marcou o lançamento do Protocolo Estadual de Cooperação Institucional para Investigação, Processo e Julgamento com Perspectiva de Gênero nos Casos de Feminicídio Tentado e/ou Consumado, apresentado pela desembargadora Adriana Ramos de Mello, coordenadora da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Coem). A magistrada classificou o material como um manual prático para que instituições como o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar e até mesmo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) saibam como atuar diante de um caso de feminicídio.  

“Infelizmente, o feminicídio vem assolando muitas mulheres, ceifando suas vidas, não só no estado do Rio, mas no Brasil de uma forma geral. E o Poder Judiciário, por meio desse protocolo, coloca à disposição das instituições uma ferramenta para ajudar na investigação, no processo e julgamento, sobretudo em relação à celeridade. A gente precisa que esse crime seja logo investigado, que o processo seja rápido e efetivo. E que a reparação por esse crime ocorra.” 

                           Desembargadora Adriana Ramos de Mello durante evento realizado nessa quarta no Antigo Tribunal do Júri

Ao detalhar o protocolo, a desembargadora Adriana Ramos enfatizou a necessidade de falar sobre a discriminação de gênero e de crimes subnotificados, como o cárcere privado e o desaparecimento de mulheres. As juízas Katylene Collyer Pires de Figueiredo e Katerine Jatahy Kitsos Nygaard, que fazem parte da composição da Coem, também estiveram presentes na atividade. 

O material, na íntegra, está disponível no Observatório Judicial da Violência Contra a Mulher, que pode ser acessado clicando aqui.  

PB*/SF

*Estagiário sob supervisão

Fotos: Rafael Oliveira/ TJRJ