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Campanha comemora 15 anos do Programa Justiça Itinerante
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 06/11/2019 20:47

   

                                

 

O lançamento da campanha comemorativa dos 15 anos do Programa Justiça Itinerante, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, na tarde desta quarta-feira (6/11), foi marcado pela emoção. As histórias de vidas que tiveram seus cursos mudados e os depoimentos apresentados por magistrados e funcionários que participam do programa provocaram aplausos e comoção. O presidente do TJRJ, desembargador Claudio de Mello Tavares, abriu o evento recordando uma experiência familiar para destacar a importância do projeto que vem levando a Justiça a cidadãos nos quatro cantos do estado.

- Certa vez, meu tio Mello Porto, que era juiz do Tribunal Regional do Trabalho, viu um homem na escadaria do Fórum. Ele perguntou o que ele fazia lá e o homem explicou que teria uma audiência no dia seguinte mas, como morava em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, não tinha dinheiro para voltar para casa e retornar no dia seguinte. Meu tio conseguiu convencer um segurança a deixar o rapaz dormir num sofá. Tempos depois, já presidente do TRT, ele criou o Justiça Sobre Rodas, que levou a Justiça à porta do trabalhador – contou o presidente do TJRJ, para, em seguida, destacar a importância do Justiça Itinerante:

- Para evitar esse tipo de situação surgiu o Justiça Itinerante, que é um programa extraordinário por levar o Poder Judiciário ao cidadão, ajudando também a acelerar a conclusão dos processos – afirmou.

Coordenadora do programa desde a sua criação, em 2004, a desembargadora Cristina Tereza Gaulia, ressaltou a importância do comprometimento e da solidariedade da equipe que presta o atendimento para o crescimento do projeto.

- Vamos aprendendo quem são os nossos clientes, quais são as necessidades e fazendo ajustes críticos na medida em que vamos expandindo o horizonte de nosso trabalho. Até o final do mês, vamos inaugurar o Justiça Itinerante em Campo Grande numa parceria com a Justiça Federal – anunciou a desembargadora.

A diretora de Comunicação e de Difusão do Conhecimento, Solange Duart, apresentou ao presidente do TJRJ, à coordenadora do projeto, aos juízes auxiliares da Presidência Marcello Rubioli; Luiz Umpierre de Mello Serra; e Leandro Loyola de Abreu; e aos demais magistrados e servidores presentes as peças da série comemorativa, que começa a ser veiculada na página e nas mídias sociais do TJRJ a partir desta sexta-feira (8/11). O trabalho envolveu toda a equipe da Assessoria de Comunicação e contou com o apoio dos integrantes e responsáveis pelo Justiça Itinerante.

Presente ao lançamento, o juiz Vitor Lima lembrou sua trajetória pioneira no programa:

- Ingressei no Justiça Itinerante quando ele nasceu. Eu recebi o telefonema da desembargadora me fazendo o convite. Não tinha a menor ideia do que se tratava, mas aceitei o convite. Meu primeiro caso foi resolver uma discussão sobre uma vaca chamada Mochinha. Dois senhores se diziam donos dela. Cheguei a pensar em resolver como Salomão, dividindo-a ao meio. No fim, chegamos a uma guarda compartilhada. No Justiça Itinerante aprendi a ser mais juiz do que sou.

Para a juíza Claudia Motta, coordenadora da área de sub-registro do Justiça Itinerante, participar do programa trouxe uma experiência pessoal e profissional que ela não imaginava adquirir após anos de magistratura.

- Eu me sinto plena ao fazer a diferença na vida das pessoas. Estar com a pessoa na sua frente, interagindo com a parte, é bem diferente de mexer com papéis. Pegar uma pessoa com mais de 40 anos sem direito a nada, sem existir, só se pode mensurar vendo essa pessoa.  Através dos casos que nos deparamos percebemos que temos papel fundamental na vida dessas pessoas. Só temos essa dimensão vivendo, ouvindo e vendo – reforçou.

Sem esconder as lágrimas, a diretora da Divisão da Justiça Itinerante e Acesso à Justiça, Marinete Tani, disse se sentir feliz pelo trabalho:

- É muito gratificante saber que consegui ajudar e contribuir de alguma maneira para que as pessoas que não têm conhecimento dos seus direitos tenham acesso a eles.

SV/FS

Fotos: Brunno Dantas e Felipe Cavalcanti