2º módulo da “Capacitação para replicar Círculos de Acolhimento para Mulheres em Situação de Violência Doméstica” encerra nesta terça-feira (24/09)
Promovida pelo Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (NUPEMEC), em parceria com a Escola de Mediação (EMEDI), a oficina de “Capacitação para replicar Círculos de Acolhimento para Mulheres em Situação de Violência Doméstica” encerrou seu segundo módulo nesta terça-feira (24).
O curso de aprimoramento foi organizado pelo Serviço de Apoio à Justiça Restaurativa (SEAJU), com as responsáveis técnicas Daniela Fusaro e Rachel Seba, e teve como destinatários os facilitadores restaurativos cadastrados pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ). A capacitação possibilitará a ampliação do projeto dos Círculos de Acolhimento, que já se encontra em atividade nos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC) de Rio das Ostras, Bangu, Itaipava e Méier.
Neste segundo módulo, foram realizados quatro encontros quinzenais, que contaram com 25 participantes. Facilitadora e instrutora de Círculos de Construção de Paz, Daniela Fusaro conta que cada oficina oferece um experimento de crescimento e de aprendizado: “Este tema, especificamente, me tocou muito. Me trouxe consciência de experiências familiares e me fez revisitar minha própria história”.
A oficina tem como objetivo formar facilitadores que ofereçam apoio emocional e reflexão para mulheres em situação de violência doméstica e familiar, independentemente da decisão de romperem o vínculo com seus agressores, além de contribuir para o fortalecimento da autoestima, senso de pertencimento e desenvolvimento de competências socioemocionais que reforcem a capacidade de tomar decisões e de estabelecer limites saudáveis nos relacionamentos em geral.
Advogada há 34 anos, Elizabeth Santos atua na área de Direito de Família e é facilitadora de Justiça Restaurativa. Para ela, a palavra que resume o aprendizado da oficina é “autoconhecimento”: “Tenho certeza de que vou conseguir ajudar outras mulheres a se ressignificarem, assim como me ressignifiquei”, afirmou.
Sobre os “Círculos de Acolhimento para Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar”
Sancionada em agosto de 2006, a Lei Maria da Penha prevê que sejam criados, pela União, estados e municípios, centros e serviços para a realização de atividades reflexivas, educativas e pedagógicas voltadas aos agressores, com vistas à sua responsabilização pela violência cometida e à desconstrução de estereótipos de gênero. No entanto, esse regime de crenças precisa ser igualmente superado pelas mulheres vitimadas, a fim de que se apropriem de seu direito à existência digna, buscando condições de acesso a lugares de cidadania e oportunidades.
Os “Círculos de Acolhimento para Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar” oferecem uma experiência de acolhimento sem julgamento, promovendo a validação da dor e um senso de pertencimento entre as participantes, além de incentivarem valores como empatia e sororidade.
Espera-se que ao final de um ciclo de seis encontros, mulheres em situação de violência doméstica e familiar se sintam mais seguras para tomar decisões alinhadas com seus anseios, estabelecendo relacionamentos afetivos e familiares mais saudáveis, independentemente da decisão de romper ou manter o vínculo com seu agressor.
Foto: Rosane Naylor
Departamento de Comunicação Interna