Justiça mantém prisão de comerciante chinês indiciado por racismo
Na audiência de custódia realizada neste sábado (22/10), o juiz Antonio Luiz da Fonsêca Lucchese converteu em preventiva a prisão em flagrante do comerciante chinês Jiyoug Yu, indiciado por racismo contra uma mulher que se candidatava à vaga de emprego em sua loja, localizada no Méier. A vítima, Beatriz Souza, disse que se candidatou a um emprego e foi destratada pelo comerciante ao buscar informação na loja, com o comerciante indicando a cor da sua pele.
A audiência foi acompanhada por um intérprete, já que o chinês não se expressa em português e, assim, garantindo o seu integral conhecimento da sessão.
Em sua decisão, o juiz destacou que: “Assim, em razão da gravidade em concreto do crime, considerando que o indiciado teria negado uma vaga de emprego a vítima em razão de sua cor, o que teria se dado por três vezes, inclusive na presença de Policiais, sem se olvidar dos indicativos de que ele teria debochado da situação, o que, a priori, revela total menoscabo com uma cidadã que teve tolhida a possibilidade de concorrer para uma vaga de emprego em decorrência de sua cor, o que caracteriza o nefasto crime de racismo...”
O magistrado determinou que fossem enviados ofícios ao Ministério da Justiça e à Polícia Federal para que informem sobre o ingresso do comerciário em território nacional e se existe previsão da saída dele do Brasil.
Além disso, o Ministério da Justiça e a Polícia Federal serão informados da prisão do acusado para adoção de medidas cabíveis.
Processo: 0277240-10.2022.8.19.0001
PC/MB