Museu da Justiça do TJRJ promove debate na “Semana do Bebê – 2023”
Dando continuidade a mais uma edição da “Semana do Bebê – Relações Familiares, Saúde Integral e Socioeducação”, pelos 100 anos da criação do Primeiro Juizado da Infância no Brasil, o Museu da Justiça do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro promoveu o encontro entre representantes de instituições que representam uma rede de acolhimento de jovens e adolescentes que cumprem medidas socioeducativas.
Na roda de debates, realizada na manhã desta quinta-feira (10/08), foram discutidos temas importantes para a integração de jovens e adolescentes ao seu meio familiar após o cumprimento de medidas, no meio aberto ou fechado, e sua reinserção na sociedade.
Outro tema sensível, levantado pela psicóloga do Serviço de Apoio Técnico aos Órgãos Colegiados com atribuição afeta à Infância, Juventude e Idoso do TJRJ, Eliana Olinda Alves, foi a maternidade e paternidade de jovens em situação de vulnerabilidade.
“São pais e mães jovens, muitos jovens e adolescentes que repetem os padrões do que tiveram, ou melhor, não tiveram: sua identificação, criando uma desfiliação geracional. Também é preciso olhar a questão da saúde mental desses jovens que tiveram a perda de liberdade e como tratar esse retorno à sociedade”, disse Eliana Alves.
A psicóloga fez ainda um histórico comparativo das relações entre a sociedade do início do século XX, os filhos de negros pobres e a similaridade com os dias de hoje, onde a maioria dos internos que cumprem medidas socioeducativas são do sexo masculino, negros e pobres.
Trabalho integrado
Com o tema do debate “Relações familiares, educação e saúde integral”, as participantes do encontro mostraram as ações que revelam a integração entre o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de janeiro, a Secretaria municipal de Saúde, o Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), o Unicef, Defensoria Pública, Corregedoria Geral da Justiça, organizações não governamentais e secretarias de Saúde e Educação.
A médica Fernanda Cristina Dias de Freitas Cruz, da secretaria municipal de Saúde do Rio, falou sobre a importância da integração também da família no processo de recuperação para que esses jovens não voltem a delinquir.
Um dos projetos é integra-los na área da saúde, nas clínicas da Família e onde possam, na própria comunidade, tratar não só da saúde física, mas também da mental, além de ofertar um suporte para toda a família nesse ambiente.
Eliana Lobo, coordenadora de Saúde do Degase, destacou a importância do olhar para as famílias no trabalho socioeducativo integrado: “Ás vezes a gente esquece que os jovens são daquela família. Temos e buscamos, como estamos fazendo, através dessa parceria, trabalhar com eles para que os jovens possam ter outra opção de vida e sair desse espelho. E estamos realizando isso, com toda a integração: de entes familiares e de entes do Poder Público e Privado”, afirmou Eliana.
O debate contou com a mediação da assistente social Roberta Gomes Thomé, da Coordenadoria de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, e da assistente social Magna Lopes, da secretaria municipal de Assistência Social do Rio, que fez um relato sobre as dificuldades encontradas pelos jovens em medidas socioprotetivas e também informou que o número de jovens que cumprem as medidas determinadas é superior aos que não cumprem, um dado alentador para a ressocialização dos mesmos.
As atividades da “Semana do Bebê 2023” continuam nesta sexta-feira (11/8) com diversas atividades nas unidades do Degase de todo o estado.
PF /FS
Fotos: Brunno Dantas