Justiça encerra audiência de instrução e julgamento do caso do advogado Rodrigo Crespo
Terminou, nesta quinta-feira (12/9), a audiência de instrução e julgamento do caso do advogado Rodrigo Crespo, morto em fevereiro deste ano no Centro do Rio. Ao todo, foram ouvidas, durante os quatro dias de audiência, 23 testemunhas de acusação e defesa, além de uma informante. No terceiro dia da audiência, foram ouvidas sete testemunhas e realizados também os interrogatórios dos três acusados, o policial militar Leandro Machado da Silva, Eduardo Sobreira de Moraes e Cezar Daniel Mondêgo de Souza, que estão presos. Eduardo e Cezar optaram por permanecer em silêncio. No entanto, devido a problemas técnicos no sistema, quatro testemunhas e os réus precisaram ser ouvidos novamente nesta quinta-feira (12/9).
Em seu interrogatório, Leandro afirmou que trabalhou nas Forças Armadas, atuou também como motorista de caminhão e, no final de 2011, entrou para a Polícia Militar. Disse que, recentemente, ficou preso por cerca de dois anos em outro processo criminal, mas foi impronunciado, sendo solto em seguida. Contou que, em função da prisão, ficou com a vida financeira ruim e que um amigo policial o indicou que entrasse em contato com Marcelo Flavio, testemunha no processo e sócio-gerente da locadora de automóveis a que pertencia o carro com que foi cometido o crime, para conseguir alugar um veículo para sua locomoção e de sua esposa no valor de cerca de R$ 2 mil mensais. Complementou que, a partir daí, passou a indicar a locadora para conhecidos, recebendo um valor em cima do cobrado pela empresa por isso. Falou ainda que conheceu os outros réus no meio político e que nunca viu a testemunha João Bosco.
Em breves depoimentos, as testemunhas de defesa Ebert de Barros, Rudnei Vieira, Herald Castelo Branco e Eduardo Barbosa afirmaram que conhecem o réu Eduardo e que ele trabalhava na construção civil como eletricista. Rudnei disse também que foi seu pastor e que, por isso, conversavam sobre questões familiares e financeiras. A testemunha Fábio Costa disse que é amigo de Eduardo há cerca de 20 anos e que ele já trabalhou também como motorista de caminhão e de ambulância e como socorrista. Em seguida, outra testemunha, Ronaldo Barbosa, afirmou que é amigo íntimo de Eduardo e que não acredita que ele possa ter participado de algum ato criminoso. Última a ser ouvida, Raylinne Nicodemos, funcionária de locadora de automóveis, afirmou que se lembrava da testemunha João Bosco, que é sobrinha do sócio-gerente Marcelo, que cada proprietário da empresa tem uma porcentagem de veículos e que os dois sócios administravam efetivamente a empresa.
Em decisão na audiência, o juiz Cariel Bezerra Patriota negou o pedido das defesas de revogação da prisão preventiva dos acusados. “Não vislumbro razões para tanto, por não ter ocorrido nenhuma alteração fático-processual quanto aos réus, nem a defesa ter apresentado fatos novos, posteriores ou desconhecidos. Ademais, o fim da instrução não é suficiente para revogá-la, tendo em vista que a prisão também visa a resguardar a ordem pública e a aplicação da lei penal, além de haver investigação desmembrada, o que reforça também o resguardo à persecução e instrução criminal”, analisou.
Finalizada a fase da audiência, o Ministério Público e as defesas apresentarão suas alegações finais no processo. Em seguida, o juiz decidirá pela pronúncia, impronúncia, desclassificação ou absolvição sumária.
Processo nº 0057493-87.2024.8.19.0001
SF/MB