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Historiadora Lilia Schwarcz fala sobre livro ‘Imagens da Branquitude’ no CCPJ
Notícia publicada por Secretaria-Geral de Comunicação Social em 08/08/2025 18h56

Lilia Schwarcz falou sobre sua obra na segunda edição do "Observatório em Diálogo" , uma iniciativa do Centro Cultural do Poder Judiciário do Rio de Janeiro (CCPJ-RJ)

A historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz foi a convidada da segunda edição do programa "Observatório em Diálogo", realizado na quinta-feira, dia 8 de agosto. Ela falou sobre o seu livro "Imagens da branquitude: a presença da ausência”, que recentemente venceu o Prêmio Jabuti Acadêmico na categoria História e Arqueologia. 

O evento, uma iniciativa do Centro Cultural do Poder Judiciário do Rio de Janeiro (CCPJ-RJ), contou com abertura do diretor do Observatório de Pesquisas Felippe de Miranda Rosa, Luã Jung, e mediação de Roberta Araújo. Em sua fala, Jung destacou a importância do CCPJ como um espaço científico e inovador e agradeceu a presença da escritora.  “É uma honra receber uma intelectual desse porte aqui no CCPJ”, disse. 

Roberta Araújo lembrou que Lilia Schwarcz trabalha com o tema há muitos anos, e que a obra é resultado do curso “Lendo Imagens”, que ela leciona na Universidade de São Paulo (USP). “Em quase todos os livros, ela nos provoca a ler a imagem, a refletir. Ver é diferente de enxergar”, afirmou.

A obra propõe uma leitura crítica de imagens que ajudaram a construir a ideia de branquitude no Brasil.  “Esse livro trabalha a interseção entre imagem e branquitude. Enquanto a negritude é um movimento social de autoafirmação, de solidariedade entre pessoas negras, a branquitude é conceito negado. É um sistema de privilégios materiais e simbólicos”, considera. 

Lilia Schwarcz estuda uma iconografia múltipla, do século XVI aos dias de hoje, analisando mapas, monumentos públicos, fotografias e publicidades, identificando, nas imagens, práticas racistas.  “Muitas vezes as imagens se revelam pelos detalhes. Elas carregam formas de ver, conhecimentos, naturalizações. Muitas vezes temos que ter uma leitura contraintuitiva, buscar o que o fotógrafo não quis mostrar”, ressaltou.

Após a palestra, a historiadora respondeu dúvidas dos presentes. O evento foi realizado na Sala Multiuso do Edifício Desembargador Caetano Pinto de Miranda Montenegro. 

A palestrante

Lilia Moritz Schwarcz é professora no Departamento de Antropologia da USP e Global Scholar na Universidade de Princeton. É autora de, entre outros livros, “O espetáculo das raças” (1993), “As barbas do imperador” (1998), “Brasil: Uma biografia” (com Heloisa Murgel Starling, 2015) e “Lima Barreto: Triste visionário” (2017). Ela já venceu oito prêmios Jabuti.  
 
MG/MB

Foto/Rafael Oliveira