Centro Cultural do Poder Judiciário debate romance “O Peso da Flecha”, narrado com recursos audiovisuais por IA
No palco, da esquerda para a direita: desembargador do TJRJ Marcos Chut; seu filho, o empresário Paulo Chut; CCPJ, a diretora do CCPJ, Ana Paula Teixeira Delgado; e o palhaço, ator e poeta Wanderlei Lemos
O desembargador Marcos Chut, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), e seu filho, o empresário Paulo Chut, foram os convidados da noite de quinta-feira, 14 de agosto, do programa literário “Do Direito à Literatura”, promovido pelo Centro Cultural do Poder Judiciário (CCPJ). No evento, os dois apresentaram o podcast “O Invisível Contador de História” e participaram da sessão de leitura e discussão pública do romance policial “O Peso da Flecha”, de autoria do desembargador, que conta o caso de um menor atingido por uma flecha na noite de réveillon.
O público que compareceu à Sala Multiuso do Edifício Desembargador Caetano Pinto de Miranda Montenegro se surpreendeu com a inovadora apresentação do podcast, que envolveu a participação de um avatar, criado por meio de inteligência artificial, personificado na figura do promotor Saulo Meirelles, responsável pela narrativa do romance.
Durante o evento, intermediado pela diretora do CCPJ, Ana Paula Teixeira Delgado, e pelo palhaço, ator e poeta Wanderlei Lemos, o público pôde interagir com o avatar, que respondeu perguntas apresentadas pela plateia sobre o caso relatado no romance “O Peso da Flecha” e sobre o papel desempenhado por um promotor de Justiça.
Sentados: Paulo Chut e a avó, Sara Chut. De pé (da esquerda para direita): desembargador Marcos Chut; Sara Chut, esposa do magistrado, Berta Chut e Jenquel Chut, tia-avó e tio-avô do desembargador
O público também conversou com o desembargador Marcos Chut e com o empresário Paulo Chut, que revelaram que a ideia do podcast “O Invisível Contador de História”, disponível nas plataformas YouTube e Spotify, surgiu quase que por acaso, durante um almoço de família.
“Eu sempre tive vontade de escrever sobre os casos em que eu atuei. Foram dez anos de advocacia criminal e 26 como promotor criminal. Eu tinha vontade de romancear aqueles casos. Então, a gente estava em casa conversando sobre essa minha vontade, e o Paulo revelou que estava com uma ideia de criar um canal literário, de contar histórias em um podcast. ‘Você acaba de escrever o romance e a gente divulga, também, na forma de um podcast’, sugeriu o Paulo”.
“Eu acho que aqui foi um encontro de duas vontades bastante distintas. Em um almoço despretensioso de domingo, tivemos a ideia de juntar, de um lado, essa vontade do meu pai de compartilhar as histórias que ele vivenciou e, do meu lado, que sou um consumidor voraz de conteúdos on-line, de possibilitar o acesso desse material através das plataformas digitais. Foi daí que surgiu a ideia de transformar essa obra literária em um podcast”, complementou Paulo Chut.
O desembargador conta que a ideia do romance “O Peso da Flecha” surgiu de sua observação de não lembrar de haver, na literatura brasileira, obras abordando a figura do promotor.
“A figura do promotor e como ele é visto pela sociedade é que me levou a querer contar essas histórias, porque o promotor é muito visto como o vilão da história. No imaginário popular é aquele que acusa. E o promotor não é só aquele que acusa; promotor é aquele que defende a sociedade. E, nesse processo de defesa da sociedade, eu sempre encarei a minha vida profissional - defendendo as vítimas de homicídio, vendo o drama das famílias que perderam seus entes queridos”, explicou o autor.
JM/ SF
Fotos: Rafael Oliveira/TJRJ