Fórum do Méier ganha Sala de Apoio à Amamentação
A Sala de Apoio à Amamentação é a segunda do Poder Judiciário fluminense
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) inaugurou, nesta segunda-feira, dia 18 de agosto, uma Sala de Apoio à Amamentação da Mulher que Trabalha, exclusiva para a extração de leite materno no Fórum do Méier. A iniciativa faz parte da expansão do projeto “Amamentação Sustentável”, da Secretaria-Geral de Sustentabilidade e Responsabilidade Social (SGSUS), que tem o objetivo de auxiliar magistradas, servidoras e colaboradoras a continuarem amamentando seus filhos após retornarem da licença-maternidade. A diretora do Fórum, juíza Cláudia Márcia Gonçalves Vidal, celebrou a inauguração após a cerimônia.
“A finalidade é disponibilizar um lugar seguro e acolhedor para que seja possível extrair e armazenar o leite durante o expediente em condições adequadas de saúde e higiene. O espaço de banco de leite materno receberá as doações colhidas e levadas à Maternidade do Hospital Universitário Pedro Ernesto. O ambiente servirá também de ponto de coleta para doação de potes de vidro com tampas plásticas que serão armazenados e doados para lactantes”, explicou.
Andreia Andrade Fernandes Santos passou a doar leite em março do ano passado com a chegada da filha. Helena nasceu com um problema na fala e precisou de atendimento especializado. Foi no Instituto Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que ela teve o primeiro contato com um bebê prematuro e passou a conhecer a importância da doação de leite materno.
“Fui doadora em três bancos de leite aqui no Rio de Janeiro. É uma pauta da qual estou muito satisfeita em poder participar, contribuir e incentivar para que outras mulheres mantenham a amamentação dos seus bebês, mesmo voltando para o trabalho, e doem o leite excedente para que os prematuros tenham uma vida melhor”, disse.
Para a criação do ambiente da sala de apoio, o Tribunal de Justiça teve a orientação da coordenadora do banco de leite perinatal da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e tutora da rede do banco de leite do Rio de Janeiro, a enfermeira obstetra Abilene Gouvea .
"Esse espaço vai oferecer privacidade para que elas possam tirar o leite, com um local para armazená-lo, potes para armazenamento e um freezer onde possam guardar. No final do dia, receberão orientação de como fazer este transporte de leite com segurança até em casa. E não é só para aquelas funcionárias ou servidores da própria unidade, mas é aberto à comunidade ao redor. Existe um mito de que a mulher, ao voltar a trabalhar, precisa dar outra coisa para o bebê porque não vai estar em casa. Com informação e apoio, ela consegue manter a lactação pelo tempo que ela quiser", explicou Abilene.
O juiz dirigente do 12º NUR, Eric Scapim, a juíza diretora do Fórum do Méier, Cláudia Márcia Gonçalves Vidal, a tutora da Sala de Apoio à Amamentação, Abilene Gouvea, e a presidente da Comissão OAB Mulher, Luciene Mourão, participam da cerimônia de inauguração
O juiz do 12° Núcleo Regional do Fórum do Méier, Eric Scapim, elogiou o projeto. “A importância da iniciativa é para o Poder Judiciário como um todo porque a função é distribuir Justiça não apenas pelos processos, mas, também, pelo acolhimento, recebendo essas mulheres lactantes, que estão amamentando e trazendo dignidade em local seguro, e continuar acompanhando o seu filho ou sua filha. A intenção é estender o projeto para outros fóruns”.
A Sala de Apoio à Amamentação do Fórum do Méier é a segunda em funcionamento no Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro – a do Fórum Central foi a primeira do país a ser certificada pelo Ministério da Saúde, facilitando a rotina de servidoras, colaboradoras e de todas as lactantes que circulam pelas dependências do Judiciário fluminense.
“O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro foi o primeiro dos tribunais do Brasil a ter uma sala de apoio a amamentação. É o comprometimento de garantir para as mães um conforto, um bem-estar, diante de uma atitude tão nobre que é a amamentação. O próximo passo é conseguir a certificação dessa sala aqui no Fórum do Méier pelo Ministério da Saúde nos mesmos moldes da outra existente no Fórum Central”, destacou o secretário-geral de Sustentabilidade e Responsabilidade Social, Carlos Eduardo Menezes da Costa.
A presidente da Comissão OAB Mulher, Luciene Mourão, destacou que a doação de leite materno é um ato de amor que vai além do cuidado com o bebê. Salva vidas e também traz benefícios econômicos e sustentáveis, reduzindo custos com alimentação infantil e promovendo uma prática saudável e ecológica.
"Essa colaboração é fundamental para que mulheres não precisem mais desperdiçar seu leite nas pias dos banheiros dos fóruns, como acontecia comigo quando meu filho era bebê, bem pequeno. Esse leite pode e deve ser doado para salvar vidas. A participação da Comissão OAB Mulher nesse projeto é essencial. Estamos aqui para garantir que as necessidades das mulheres advogadas sejam ouvidas e respeitadas, e essa conquista é uma prova concreta disso. Estamos muito orgulhosas de fazer parte desse momento”, declarou.
SV/ MG
Fotos: Felipe Cavalcanti/TJRJ