TJRJ inicia audiência de instrução sobre morte de policial da Core e ataque a juíza
O juízo da 17ª Vara Criminal da Capital do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) designou para o próximo dia 18 de setembro, às 14h, a continuação da Audiência de Instrução e Julgamento (AIJ) do processo sobre o latrocínio consumado e tentado contra o policial civil da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) João Pedro Marquini, e sua mulher, a juíza titular da 3ª Vara Criminal da Capital, Tula Corrêa de Mello.
O crime ocorreu no dia 30 de março deste ano, quando um grupo de criminosos fez uma abordagem à noite, na Estrada da Grota Funda, na Zona Oeste do Rio, quando o casal voltava para casa em carros separados. O objetivo do grupo era a troca de carros, já que o veículo em que o bando armado estava foi alvejado e danificado em uma tentativa de retomada de área de narcotraficantes, hoje dominada pela milícia. O policial, que vinha no carro da frente, já que o retirou da oficina para trabalhar na madrugada seguinte, foi assassinado no local, com tiros de fuzil, ao desembarcar para tirar sua esposa da linha de frente dos disparos.
Embora o carro da magistrada, que vinha atrás, tenha sido atingido por vários disparos de fuzil, graças à ação do policial a juíza conseguiu dar marcha à ré e escapar, já que os disparos em seu veículo blindado cessaram em razão da pronta ação do seu marido.
Na audiência realizada na última quinta-feira, dia 21 de agosto, presidida pela juíza Clara Maria Vassali Pereira da Silva, foram ouvidas oito testemunhas. A juíza Tula, vítima, foi a primeira a prestar depoimento, quando narrou sobre os fatos ocorridos no dia do crime, desde a hora que saíram da casa da mãe do marido, em Campo Grande, em direção à residência do casal.
Durante 50 minutos de depoimento, a juíza procurou conter a emoção ao ter que relembrar cada momento que enfrentou, especialmente, quando, ao conseguir fugir e se refugiar em um posto de gasolina, ficou sem saber notícias sobre o estado do marido.
Ao final do depoimento, a juíza fez questão de afirmar que confia no Juiciário. “A Justiça vai ser feita, e a cada um vai ser entregue o que é justo, na exata medida”, declarou.
Também foram ouvidas como testemunhas o policial militar Mário César Teixeira Fernandes Filho, amigo e sócio do policial João Pedro Marquini; os delegados de Polícia Civil Luciana da Fonseca Pereira e Fábio Freitas Salvadoretti; os PMs Fernando Emanuel Pereira dos Santos, Diego de Frias Monteiro e Luis Fernando Rodrigues Gomes e o policial civil Eduardo Pereira de Paula.
Processo Nº 0057899-74.2025.8.19.0001
JM/FS