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“Trilha da Memória: uma jornada pela Pequena África” terá 5ª edição neste sábado, 13 de setembro
Notícia publicada por Secretaria-Geral de Comunicação Social em 10/09/2025 15h27

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) realizará neste sábado, 13 de setembro, a 5ª edição da “Trilha da Memória: uma jornada pela Pequena África”. A iniciativa visa a promover um resgate histórico e reflexões acerca da construção social das desigualdades raciais no país. A iniciativa faz parte do Programa de Cultivo da Memória, criado pelo Núcleo de Atenção e Promoção à Justiça Social (Napjus) e é uma das frentes estratégicas de atuação do TJRJ na implementação do Pacto Nacional do Judiciário pela Equidade Racial.  

O ponto de encontro será o Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá, onde a caminhada se inicia às 9h. Ela também conta com paradas em locais de grande importância histórica, como o Mercado de Escravizados, o Cais do Valongo - reconhecido pela Uneco como Patrimônio Mundial da Humanidade - e o Cais da Imperatriz. A trilha se encerra no Cemitério Pretos Novos. O circuito será conduzido pela historiadora, turismóloga, guia de turismo, administradora e servidora do TJRJ Tatiana Lima Brandão, e haverá tradução em Libras. 

Também estará presente a presidente do Comitê de Promoção da Igualdade de Gênero e de Prevenção e Enfrentamento dos Assédios Moral e Sexual e da Discriminação (Cogen-2º Grau), a desembargadora Patrícia Ribeiro Serra Vieira. Graduada em Direito pela Universidade Cândido Mendes (Ucam), ela tem mestrado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e doutorado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Além disso, a desembargadora é professora titular da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), onde desenvolve projetos de ensino e pesquisa, respectivamente, sobre os temas "Responsabilidade civil constitucional: a objetivação da responsabilidade civil no Direito Brasileiro" e "Propriedade Intelectual", com atuação nos cursos de graduação e mestrado. 

Histórico da iniciativa 

Criada pelos Comitês de Promoção da Igualdade de Gênero e de Prevenção e Enfrentamento dos Assédios Moral e Sexual e da Discriminação (Cogens), a iniciativa é baseada no Decreto nº 34.803 de 29 de novembro de 2011, que criou o Circuito Histórico e Arqueológico de Celebração da Herança Africana. 

A atividade, inicialmente idealizada pelo Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN) como “Circuito de Herança Africana”, foi pensada não só como uma visitação aos pontos históricos correspondentes à política colonial escravocrata da época, mas, também, como uma história com início, meio e fim do caminho que percorria a pessoa negra que chegava escravizada ao porto do Rio de Janeiro.  

A partir disso, a trilha tem o intuito de promover o resgate histórico e reflexões sobre a construção social das desigualdades raciais do Brasil ao explorar as contradições entre o apagamento histórico da raça e do racismo no âmbito da atuação do Estado.  

Sua primeira edição ocorreu no dia 25 de maio de 2024 e reuniu cerca de 80 pessoas, com o número de participantes aumentando nas edições seguintes. Nesta 5ª edição, um total de 130 pessoas já se inscreveram de forma antecipada. 

Percurso completo 

O tour abrange a “Pequena África”, parte significativa da Zona Portuária do Rio de Janeiro, incluindo Praça Mauá, Igreja de São Francisco da Prainha, Painel Hilário Jovino, Casa da Escrevivência, Largo de São Francisco da Prainha, Pedra do Sal, Mirante do Morro da Conceição, Jardim Suspenso do Valongo, Largo do Depósito, Espaço Cultural Casa da Tia Ciata (externo), Mercado de Escravizados, Cais do Valongo e Cais da Imperatriz, Docas Pedro II, Praça da Harmonia e a Revolta da Vacina e Cemitério Pretos Novos. 

Com relação ao Cemitério, ele funcionou entre 1772 e 1830 como o local de enterro dos corpos dos escravizados recém-chegados da África que não sobreviveram aos maus-tratos e à viagem transatlântica dos navios negreiros. Sua localização ficou perdida por cerca de 160 anos, até que, em 1996, foi redescoberta por Merced Guimarães e sua família quando, ao iniciarem uma obra no jardim de sua casa, desenterraram acidentalmente a região. Com isso, em 2005, Merced se tornou uma das fundadoras do Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos com o objetivo de salvaguardar a memória dos restos mortais dos africanos que estão enterrados no lugar. 

VM/SF