Museu Convida debate “Moda Consciente, Estética e Justiça Social”
A historiadora Caroline Lardoza falou sobre moda consciente, dentro da programação do 'Museu Convida'
Uma reflexão crítica sobre moda consciente como ferramenta de justiça social, abordando os atravessamentos de classe, raça e território no consumo, criação de novas possibilidades de moda, modos de produção, e estética da brasilidade. Essa foi a proposta da aula pública “Moda Consciente, Estética e Justiça Social no Brasil” realizada, nesta quinta-feira, 11 de setembro, na Sala Multiuso do Edifício Desembargador Caetano Pinto de Miranda Montenegro, no Museu da Justiça do Rio. A iniciativa faz parte do “Museu Convida” - programa que promove eventos educativos e culturais, oferecendo acesso e inclusão social.
A aula foi ministrada por Caroline Lardoza, historiadora de moda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pós-graduada em Marketing de Moda, coordenadora de Planejamento e Marketing (Immagine), criadora de conteúdo e colunista da Revista Pahnorama.
“Organizei uma palestra que fala sobre corpo, território, cidade e, principalmente, quem tem direito a essa moda; a locais, que às vezes são distantes de nós, mas que interferem no nosso cotidiano, afinal, a gente usa roupa todos os dias. Isso sempre me instigou muito. Como historiadora, me dediquei a estudar a história da moda pelo elemento cultural e econômico”, iniciou a especialista.
Durante uma hora e meia, a historiadora abordou a moda como prática política e instrumento de transformação e levantou vários questionamentos, como “O que é moda quando pensamos em passado, presente e futuro?”; “Que futuro gostaríamos de vestir?”; "O que vem primeiro na mente quando falamos de moda?”. Tudo isso com a participação ativa da plateia.
Para Caroline, falar de moda consciente no Museu da Justiça é reafirmar que ela também é um direito. “A moda, quando pensada para além do consumo imediato, pode ser compreendida como um direito. O direito à expressão, à identidade, à memória e ao pertencimento. Vestir-se não é apenas uma escolha estética, mas um ato político que revela quem pode ou não ocupar determinados espaços culturais. Assim como a educação, a saúde ou a moradia, o acesso à moda também reflete desigualdades estruturais de classe, raça e gênero”, ressaltou.
IA/ MG
Fotos: Felipe Cavalcanti/TJRJ