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Empregabilidade, educação e saúde são temas em ação social
Notícia publicada por Secretaria-Geral de Comunicação Social em 26/09/2025 10h08

Imagem do palco da Sala Multiuso da roda de conversa

                                                          Desembargadora Regina Lúcia Passos fala durante o segundo dia de palestras

No decorrer do segundo dia da 4ª Ação Social em Homenagem ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), na quinta-feira, 25 de setembro, a sala multiuso do Edifício Desembargador Caetano Pinto de Miranda Montenegro recebeu uma série de palestras com temáticas voltadas para pessoas com deficiência. 

Com o tema  “Políticas e Protocolos Judiciais”, a primeira palestra focou nas atualizações e expectativas acerca do Protocolo para Julgamento sob a Perspectiva da Pessoa com Deficiência e da Política Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, ambos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A conversa teve à frente a presidente da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão da Justiça Federal da 2ª Região (Copace), a juíza federal Cláudia Valéria Bastos Fernandes, que, além de entrar de forma mais aprofundada nas especificidades dessas resoluções, também trouxe a sua perspectiva pessoal como uma mãe de um filho atípico. 

“As dificuldades de inclusão não existem só no Brasil, mas , também, em muitos outros países, sendo que alguns não têm nem legislação. Nós estamos à frente nesse aspecto. Então, em termos de legislação, eu arrisco dizer que, se o Brasil não for o país com o maior número de leis voltadas para deficientes, ele está entre os três primeiros. Mas, é o que eu sempre digo, não adianta a gente ter lei se ninguém cumpre, ninguém fiscaliza e fica por isso mesmo. Então, o Judiciário tem que dar o exemplo, sim, nós temos que sempre estar na frente”, completou. 

Empregabilidade para pessoas PCDs

Em seguida, aconteceu a palestra “A Lei Brasileira de Inclusão no Contexto da Empregabilidade”, seguida de uma roda de conversa sobre o mesmo tema, ambos mediados pelo diretor do Departamento de Acessibilidade e Inclusão Social do TJRJ, Marcio Castro de Aguiar. A palestra tratou de como conduzir processos seletivos para pessoas com deficiência (PCDs) a partir das orientações da LBI e apresentou boas práticas do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), com participação do superintendente do CIEE-RJ, Luiz Gustavo Coppola, e da representante Viviane Guimarães Monteiro. Já a roda de conversa destacou as iniciativas de inclusão do Serviço Social do Comércio (SESC), apresentadas por Roberta Sales.

Durante a palestra, o jovem com autismo Nicolas de Carvalho Nunes, de 22 anos, compartilhou sua experiência como funcionário do setor de suporte em TI do Tribunal de Justiça. Ao relatar sua rotina, ele destacou que o emprego tem sido fundamental para o seu desenvolvimento pessoal. “Eu gosto muito do que faço e o pessoal me aceita. O que eu sempre quero é mostrar que eu sou capaz”, afirmou.

Imagem de Nicolas Nunes sentado com microfone e Marcio Aguiar

                                                         Jovem com autismo Nicolas Nunes fala de sua experiência trabalhando no Tribunal de Justiça

Autoconhecimento pela dança

Quando você pensa em uma roda de conversa, provavelmente, a primeira coisa que lhe vem à mente é um número determinado de pessoas sentadas em um círculo conversando sobre um determinado assunto, e foi isso que aconteceu na “Roda de Conversa para mães atípicas”, quer dizer, não apenas isso. Além desta troca de experiências, a representante do Instituto Atravessamentos e professora de yoga dance – prática que integra a consciência e a disciplina do yoga com a liberdade e a expressão espontânea da dança – Elvira Amaral conduziu uma sessão para as mães que estiveram presentes.

Imagem da aula de yoga dance 

                                                              Roda de conversa de mães atípicas também foi marcada por uma aula de yoga dance 

Após muita dança, marcada pela valorização da liberdade de expressão corporal, a juíza Keyla Blank de Cnop mediou uma roda de conversa em que as mães compartilharam os desafios e conquistas de criar filhos atípicos.

Cuidados para a saúde de PCDs

Logo depois, a palestra “O Transtorno do Espectro Autista sob Múltiplas Perspectivas”, mediada pela advogada especialista em saúde e inclusão Anna Carolina Dunna abordou dois aspectos fundamentais para o desenvolvimento e a qualidade de vida da pessoa autista: o educacional e o terapêutico, este último com foco na Análise Comportamental Aplicada (ABA). A fonoaudióloga Roberta Jannoni e a pedagoga Claudia Falzoni ressaltaram a importância de manter um “ambiente natural” para favorecer o aprendizado, a inclusão e a autonomia dessas pessoas.
Elas também destacaram a relevância das legislações que asseguram direitos, como o Acompanhamento Terapêutico (AT) e o apoio especializado a estudantes com deficiência, sem custos adicionais para as famílias, conforme previsto na Lei Brasileira de Inclusão.

Na sequência, a palestra “Saúde da Pessoa com Deficiência”, mediada pelo superintendente de Ações para Pessoas com Deficiência (Subdep/RJ), Geraldo Marcos Nogueira Pinto, contou com a participação da enfermeira Shirley Nunes, representante da Amil. Ela apresentou um panorama sobre a realidade das pessoas com deficiência no Brasil, destacando que cerca de 45 milhões de brasileiros se enquadram nessa condição e explicou a definição legal do termo segundo o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015).

“A gente tem que entender que a pessoa com deficiência não é definida pela deficiência. Antes de tudo, ela é uma pessoa. A Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência reforça a necessidade de um olhar integral, que contemple tanto a dimensão física quanto a emocional”, afirmou Shirley.

Educação Inclusiva

A última palestra do dia teve como tema central a educação inclusiva, cujo objetivo é garantir igualdade de possibilidades e oportunidades no campo educacional, assegurando que todos os estudantes, independentemente de suas características, necessidades ou diferenças, possam frequentar um ambiente verdadeiramente inclusivo. Para aprofundar a reflexão sobre o assunto, a neuropsicopedagoga Cláudia Cavalcanti e o professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence) e analista de Planejamento e Gestão do Instituto Brasileiro de Georgrafia e Estatística (IBGE) Armando Guimarães Nembri foram convidados a compartilhar suas perspectivas.

Encerramento

Ao final, a presidente da Comissão Permanente de Acessibilidade e Inclusão (Comai), desembargadora Regina Lúcia Passos, encerrou as atividades do segundo dia da Ação Social em Homenagem ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência com uma mensagem de otimismo para as próximas edições.

“Nós estamos encontrando o eco. Ontem, tivemos aqui no Tribunal para a Ação Social todos os presidentes importantes do Estado do Rio de Janeiro. Do nosso tribunal (TJRJ), do Tribunal Federal, do Tribunal do Trabalho, do Tribunal Eleitoral. Todos, literalmente,  vestindo a camisa da inclusão. E isso tem um significado muito grande, como se a história tivesse se concretizado.”

Imagem do térreo da Lâmina III durante atendimentos

                                                                                        TJRJ recebe público em mais um dia de evento 
 

Apresentações especiais

O último dia da Ação Social também contou com três apresentações especiais. O térreo da Lâmina III foi palco da apresentação dos solistas do Coral Tocarte e da Companhia de Artes Inclusiva do Espaço Cultural Tocando em Você, que reúne jovens e adultos portadores de diferentes graus de deficiência. O espaço também recebeu a Camerata Laranjeiras – orquestra criada pelos violinistas Tiago Cosmo (Brasil) e Karolin Broosch (Alemanha) e a violoncelista norueguesa Kaja Pettersen – com um repertório plural, combinando músicas tradicionais da Escandinávia com ritmos e canções brasileiras, música erudita com popular, rock pop, entre outros gêneros.

O Salão Nobre do TJRJ contou com a apresentação do "Te Espero no Cacilda", uma célula do projeto da Pulsar Cia. de Dança, com Teresa Taquechel, Sergio Menezes, Rachel Canela, Yuri Fróes de lima e Arthur Piero Renzo.

Imagem de umas das apresentações

                                                                                           Apresentações marcam o último dia da Ação Social 

VM/IA

Fotos: Felipe Cavalcanti/TJRJ