Operação Jacarezinho: são ouvidas quatro testemunhas do caso de policiais civis acusados de execução
O juiz Daniel Cotta, da 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, ouviu nesta quarta-feira (29/6), em Audiência de Instrução e Julgamento, quatro testemunhas de acusação contra os dois policiais civis denunciados pela morte de Omar Pereira da Silva, durante ação policial realizada em maio de 2021 na comunidade do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, que deixou 28 pessoas mortas.
Douglas de Lucena Peixoto Siqueira é acusado pela morte de Omar. Já Anderson Silveira Pereira responde por fraude na remoção do cadáver antes da perícia. Ambos são lotados Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil (Core).
A primeira testemunha a depor, que se encontrava na residência onde Omar se refugiou e teria sido atingido, identificou o policial Douglas de Lucena como sendo o homem que entrou na casa e atirou em Omar.
Em seguida, o defensor público, representando a assistente de acusação, requereu que as três testemunhas de acusação que moravam na residência prestassem depoimentos com portas fechadas. O pedido foi feito após dezenas de policiais fardados com roupas camufladas, boa parte deles da Core, se instalarem no plenário para assistir a audiência.
O Ministério Público e os advogados de defesa dos réus se manifestaram contrariamente ao pedido. O juiz, então, determinou que as três testemunhas prestassem seus depoimentos com os rostos cobertos, sem serem identificadas e sem a presença dos réus.
Segundo depoimentos das testemunhas, durante a operação policial no Jacarezinho ocorreu intenso tiroteio e Omar, ferido no pé, se refugiou na residência onde elas se encontravam.
Ainda segundo os relatos, cerca de meia hora depois do surgimento de Omar na residência, o policial entrou na casa procurando algum foragido e, após identificar Omar em um dos quartos, teria efetuado disparo de fuzil, provocando sua morte.
Ao final da audiência, o Ministério Público desistiu de ouvir outras três testemunhas de acusação que haviam sido arroladas no processo.
O juízo da 2ª Vara Criminal da Capital, agora, irá definir nova data para a continuação da audiência, quando serão ouvidas as testemunhas de defesa e deverá ser realizado o interrogatório dos réus.
Processo nº 0244169-51.2021.8.19.0001