5ª Trilha da Memória
5ª Edição da Trilha da Memória: Uma Jornada pela Pequena África
No sábado, 13 de setembro de 2025, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) realizou a 5ª edição da Trilha da Memória: Uma Jornada pela Pequena África, atividade que integra o Programa Institucional de Cultivo da Memória, uma ação estratégica no âmbito do Pacto Nacional do Judiciário pela Equidade Racial. O evento, promovido pelo Núcleo de Atenção e Promoção à Justiça Social (NAPJUS) e pelos Comitês de Promoção da Igualdade de Gênero e de Prevenção e Enfrentamento dos Assédios Moral, Sexual e da Discriminação (Cogens – 1º e 2º Graus), contou com a participação de 92 pessoas, entre magistrados, servidores, colaboradores do TJRJ e seus familiares.
A caminhada teve início às 9h, na Praça Mauá, e seguiu até as 13h, encerrando-se no Instituto Pretos Novos. Conduzida voluntariamente pela servidora do TJRJ, historiadora e turismóloga Tatiana Lima Brandão, a trilha percorreu pontos emblemáticos da chamada Pequena África, região central do Rio de Janeiro que guarda parte significativa da memória da escravidão no Brasil e da resistência negra.
Durante o trajeto, o grupo visitou locais como a Igreja de São Francisco da Prainha, Largo da Prainha, Pedra do Sal, o painel Hilário Jovina, a Casa da Escrevivência – espaço cultural que preserva o acervo bibliográfico da escritora Conceição Evaristo – o mirante do Morro da Conceição, o Jardim Suspenso do Valongo, o Largo do Depósito, a Casa da Tia Ciata, o Mercado de Escravizados, o Cais do Valongo e da Imperatriz, as Docas Pedro II, a Praça da Harmonia e o Cemitério dos Pretos Novos.
Entre os presentes, destacou-se a participação da desembargadora Patrícia Ribeiro Serra Vieira, presidente do Cogen 2º Grau, que se reuniu com os demais participantes em frente à estátua de Mercedes Baptista, primeira bailarina negra do Theatro Municipal. A homenagem à artista – uma figura fundamental para o reconhecimento da cultura negra na dança clássica – simbolizou o resgate das contribuições afro-brasileiras muitas vezes invisibilizadas na história oficial. Também participaram da caminhada o presidente da 16ª Câmara de Direito Privado do TJRJ, desembargador Antônio Iloízio Barros Bastos, e o presidente da Comissão da Verdade da Escravidão Negra da OAB-RJ, Humberto Adami.
A Trilha da Memória é mais do que uma caminhada: é uma ação concreta de enfrentamento ao racismo estrutural, de promoção da diversidade e de reconhecimento da importância da herança africana na construção da sociedade brasileira. Ao percorrer locais marcados pela dor, pela resistência e pela ancestralidade, os participantes são convidados a refletir sobre as desigualdades históricas ainda presentes e o papel das instituições públicas na promoção da justiça social.
Além de proporcionar uma imersão histórica e afetiva, a atividade também reforça o compromisso do TJRJ com a valorização da memória institucional, a inclusão e o respeito aos direitos humanos. A presença de magistrados, servidores e familiares reafirma que a luta por igualdade racial não é responsabilidade de um setor específico, mas sim um dever coletivo e permanente do Poder Judiciário.
A edição de 2025 também marcou o fortalecimento da articulação entre os diversos comitês institucionais, evidenciando o papel educativo e simbólico do Judiciário na construção de uma sociedade mais justa, plural e democrática. A expectativa é de que as próximas edições da Trilha ampliem ainda mais a participação e o diálogo com a sociedade civil, promovendo o reconhecimento e o respeito à memória dos que vieram antes e abriram caminhos.
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