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Parceria entre o TJRJ e o Instituto dos Pretos Novos é ampliada durante visita nesta quinta-feira (18/5)
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 18/05/2023 16:03
Presidente do TJRJ afirma que visita foi uma das mais emocionantes de sua vida e participa de roda de conversa com alunos que estavam no local

 "Uma visita que reviveu um capítulo triste da história e que jamais poderá se repetir. Saio daqui com um sentimento e a certeza de que temos que, diariamente, dizer e fazer com que todos sejamos iguais, porque somos! Essa foi uma das visitas mais importantes e emocionantes da minha vida”. Com essas palavras, o presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, exprimiu o sentimento que o marcou durante a visita ao Instituto dos Pretos Novos (IPN), na Gamboa, Zona Central da cidade, na manhã desta quinta-feira (18/5). 

Mais que uma visita, o presidente do TJRJ anunciou novas parcerias com o IPN que irão ajudar a guardar e preservar a história cravada ali, na casa da família de Mercedes Guimarães dos Anjos. Ela, presidente do IPN, mantém o sítio arqueológico no local, a prova concreta sobre a barbárie no período mais intenso do tráfico de cativos africanos para o Brasil. 

“Hoje saio daqui certo da necessidade de resgatarmos tudo que a sociedade brasileira fez para um povo sofrido, negro que chegou ao Brasil. E temos que minorar as desigualdades sociais impostas a sociedade negra. Por isso, vamos ampliar a parceria que com o Instituto Pretos Novos tem com o tribunal. Vamos colocar a gráfica do TJRJ à disposição, assim como o laboratório de Restauro do Museu da Justiça e vamos estimular a visita dos nossos servidores e magistrados também”, disse o presidente do TJRJ. 

Um acessório chamou a atenção de todos logo na chegada do desembargador Ricardo Cardozo. Ele estava usando uma bela gravata em tons de preto e amarelo com símbolos africanos, os adincras, que simbolizam amor, fé e amizade. A peça foi um presente da designer de moda afro, ativista de movimentos negros, Leonilda Campos, durante um encontro no TJRJ. 

“Hoje fiz questão de vir com a gravata que ganhei para mostrar o meu respeito e o meu comprometimento com a causa dos movimentos negros e o resgate que temos que fazer da nossa história”, contou o presidente do TJRJ. 

                                                                                 Comitiva do TJRJ em frente ao Museu Memorial Pretos Novos

 

Conversa com alunos 

Alunos do 7º ano do Colégio Carolina Patrício aproveitaram o encontro com o desembargador Ricardo Cardozo para conversar sobre a visitação ao IPN. Ele falou para os jovens sobre a importância do Museu e do Instituto dos Pretos Novos para a formação da vida dos jovens contra qualquer tipo de preconceito e pelo bem da sociedade. 

“Vocês amanhã podem estar no meu lugar e pensem que somos todos iguais porque somos mesmo. Pensem nisso! Vocês são o futuro e temos que pavimentar esse caminho da igualdade porque até hoje enfrentamos muitas desigualdades, como o racismo”, ressaltou o desembargador para uma entusiasmada roda de alunos.  

O presidente do Comitê de Promoção da Igualdade de Gênero e de Preservação e Enfrentamento dos Assédios Moral e Sexual e da Discriminação (Cogen) do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de janeiro, desembargador Wagner Cinelli, lembrou que a visita reafirma a necessidade social em favor da memória. 

“Quanta coisa aconteceu, que história de violência nós temos nos séculos que passaram e que se refletem na atualidade? Nós precisamos estar sensibilizados para essas questões todas. Porque, a partir desses aprendizados, temos que caminhar para que fatos assim jamais se repitam. Eu ouvi aqui o guia da visita dizer o quanto ficou impactado ao visitar o campo de concentração de Auschwitz, na Polônia. Essa aqui é uma outra tragédia que não podemos deixar esquecida”, disse o presidente do Cogen. 

Participaram também da visita ao Instituto dos Pretos Novos a vice-presidente do Cogen, desembargadora Patricia Ribeiro Serra Vieira, e os juízes que pertencem à comissão Renata de Lima e Vitor Porto dos Santos, o presidente da Comissão da Verdade e Contra a Escravidão Negra do Brasil, Humberto Adami da OAB/RJ; os membros da Comissão Estadual da Verdade da Escravidão Negra no Brasil - Cevenb Alessandra Santos, Wagner de Oliveira, Cláudia Vitalino, Lenilda Campos e Margot Ramalhete; e Ana Clara Oliveira Gomes Peres Machado, integrante da Cogen do TJRJ. Em seguida, o grupo Filhas de Gandhy e o mestre Ogã Cotoquinho emocionaram todos os presentes com uma apresentação musical.

PF/MB

Fotos: Brunno Dantas/TJRJ