Debate sobre Justiça Climática celebra Dia Mundial do Meio Ambiente no Museu da Justiça
Ana Lavaquial (fundadora da LivMundi), Luiz Felipe Fleury Correa (diretor do Departamento de Sustentabilidade) e Flávia Bellaguarda (especialista em Justiça e Política Climática)
Para celebrar o Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado nesta segunda-feira (5/6), a Secretaria Geral de Sustentabilidade e Responsabilidade Social (SGSUS) do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, em parceria com o Museu da Justiça, promoveu o evento “Museu Convida”, realizando o debate “Justiça Climática: Entre desigualdades e desenvolvimento”.
O encontro, mediado pelo diretor do Departamento de Sustentabilidade, Luiz Felipe Fleury Correa, reuniu as debatedoras Ana Lavaquial, fundadora do Instituto LivMundi e Flávia Bellaguarda, especialista em Justiça e Política Climática, que apresentaram um panorama sobre a crise climática no mundo. As especialistas destacaram os riscos para as próximas gerações, caso os órgãos de governo, indústrias, empresas e a própria população não iniciem, imediatamente, uma mudança de comportamento e atitudes para enfrentá-la.
“A crise climática é real. No Rio de Janeiro, todos os anos, temos enchentes, secas, chuvas torrenciais, deslizamentos. E parece que esquecemos que aconteceram as mesmas tragédias no ano anterior. Não podemos normalizar essas ocorrências. Precisamos separar os impactos provocados pelas mudanças climáticas daqueles provocados pelo homem. Não podemos perder o sentido do desenvolvimento sustentável como aquele capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações”, destacou, Ana Lavaquial. Para a especialista, já passou da hora de todos se conscientizarem e começarem a agir.
“Precisamos de todo mundo agora. O indivíduo, a comunidade, o território, as organizações, o governo, sociedade civil. E temos que ter a noção de cada ator envolvido e seu jeito distinto de entender e procurar atuar no enfrentamento da crise climática. O que podemos fazer para mudar a situação atual? Ser sustentável, hoje, não é mais suficiente. É hora de fazer além!”, afirmou Ana.
Flávia Bellaguarda, em sua intervenção, avaliou que, embora ainda aquém do ideal, a discussão sobre temas como justiça e crise climática é crescente.
“Vejo um movimento crescente da temática da Justiça Climática. Os jornais e as TVs estão abordando sobre isso. Escuto pessoas que não são da área comentando nas ruas sobre essas questões climáticas, menos do que a gente gostaria, mas já está acontecendo. A Justiça Climática humaniza a maior crise de nosso século: a crise climática”, afirmou Flávia.
Ela ressalta que o sentido de Justiça Climática tem origem nas características distintas de cada território.
“A Justiça Climática vem da base, gerado por ferramentas, que proporciona vozes. Então aquele morador de uma determinada região sabe melhor que qualquer outra pessoa, quais são as peculiaridades do seu território, quais os principais problemas, e, dessa forma, aquela pessoa consegue ter uma visão do que está enfrentando e as ações que ela desenvolve perante esses desafios. Eu costumo brincar que o Brasil é PHD em Justiça Climática, porque temos muitos casos territorialmente espalhados pelo país inteiro”, disse.
Ao encerrar o debate, o diretor do Departamento de Sustentabilidade, Luiz Felipe Fleury Correa, destacou as ações desenvolvidas pelo Tribunal de Justiça do Rio na área ambiental e a meta do TJRJ se tornar referência entre os tribunais do país.
“O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, na atual gestão do nosso presidente, desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, que é um homem profundamente engajado nas causas sociais e ambientais, tem uma meta de tornar o TJRJ referência entre todos os tribunais do país. Para isso, desenvolvemos, atualmente, vários projetos, como, de gerenciamento de resíduos sólidos, de coleta seletiva na capital, nos fóruns regionais e em algumas comarcas do interior. Outro projeto já aprovado é da amamentação sustentável, que será implementado em breve. O Tribunal disponibilizara um espaço para que as mães possam amamentar, assim como, doar leite materno. Para além das metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça, estamos fazendo a nossa parte”, informou.
JM/ FS
Foto: Felipe Cavalcanti