TJRJ vence Prêmio CNJ Memória do Poder Judiciário em duas categorias
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro ganhou, nesta sexta-feira (9 de maio), dois prêmios do IV Prêmio CNJ Memória do Poder Judiciário 2025 com a exposição "Democracia na Balança" e o projeto “A metodologia de trabalho implementada pelo ‘Grupo de Pesquisa Histórica’”. A premiação, promovida pelo Conselho Nacional de Justiça, ocorreu no último dia do V Encontro Nacional de Memória do Poder Judiciário, que está sendo realizado em Goiânia, desde terça-feira (6 de maio).
Na categoria “Patrimônio Cultural Museológico”, a exposição “Democracia na Balança" foi premiada. Com foco na ditadura militar (1964 - 1985), a mostra está em cartaz para visitação no Museu da Justiça de Niterói e discute repressão, resistência e consolidação democrática a partir da história recente do Brasil. O processo do acidente que matou o ex-presidente Juscelino Kubitscheck e cartas do advogado Sobral Pinto são alguns dos documentos em exibição ao público. O Museu da Justiça recebeu ainda menção honrosa para o projeto "Tratamento técnico do acervo do Educandário Romão de Mattos Duarte".
Para a diretora do Museu da Justiça, Siléa Macieira, o prêmio reforça a importância de preservar a memória e discuti-la. “Resgatar a história, trazendo caminhos da democracia ao público é garantir aprendizado ao futuro. É permitir que o passado possa construir um presente mais sólido”, destacou. Segundo ela, o sucesso da exposição também se deve pelo fator coletivo e institucional. “Acredito que a ligação entre a defesa do Estado Democrático de Direito e o Poder Judiciário foi central na exposição, e acredito que isso tenha sido observado pelo CNJ ao nos conceder o prêmio”, afirma o chefe de acervo do Museu, Gilmar de Sá.
“Democracia na Balança” foi visitada por mais de 5.800 pessoas, entre setembro de 2024 e abril de 2025, além de promover ciclos de debates com acadêmicos da Universidade Salgado de Oliveira e do próprio Museu da Justiça.
Na categoria Patrimônio Cultural Arquivístico o vencedor foi o projeto “A metodologia de trabalho implementada pelo ‘Grupo de Pesquisa Histórica’”, promovido pelo Departamento de Gestão de Acervos Arquivísticos. O projeto visa o resgate da história e da memória, que são reveladas nos processos judiciais permanentes do TJRJ. De acordo com o Diretor do Departamento de Gestão de Acervos Arquivísticos Marcio Ronaldo Leitão Teixeira, "a premiação é consequência direta da Política de Gestão de Documentos e Arquivos implementada pelo TJERJ nas últimas duas décadas, que tem como marco inicial a construção do Arquivo Central de São Cristóvão em janeiro de 2005, e regulamentada pelo Programa de Gestão Documental do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro PROGED/PJERJ, em consonância com as normativas da Resolução CNJ nº 324/2020."
Houve ainda, na categoria de trabalho acadêmico ou científico, vencedor cuja pesquisa foi feita com o acervo do Museu: "Terra e Trabalho na 'crise' do Corredor Cafeeiro: projetos senhoriais, crimes cotidianos e contratos de trabalho entre o final da escravidão e o pós-abolição (Vale do Paraíba Fluminense, 1878-1916)", tese de doutorado em História de Felipe de Melo Alvarenga.
Representaram o TJRJ na premiação: a juíza Leidejane Chieza Gomes da Silva, gestora do Pacto de Equidade Racial e presidente do GT Mulheres Negras; Gilberto de Souza Cardoso, diretor da Divisão de Gestão de Documentos; Siléa Macieira, diretora do Museu da Justiça; Gilmar de Almeida Sá, chefe do Serviço de Acervo Textual, Audiovisual e de Pesquisas Históricas; Inara Flora Firmino, diretora do Núcleo de Atenção e Promoção à Justiça Social; e Tatiana Brandão, da Assistência de Pesquisa, Educação e Assessoramento aos Pactos Nacionais afetos à temática de Direitos Humanos e de Equidade Racial.
Da esquerda para a direita: Felipe de Melo Alvarenga, Tatiana Brandão, Gilmar de Almeida Sá, Siléa Macieira, a juíza Leidejane Chieza Gomes da Silva, Inara Flora Firmino e Gilberto de Souza Cardoso