TJRJ reinicia Programa Justiça pelos Jovens

“Nós da Justiça não temos simplesmente a função de punir. A Justiça é muito maior do que isso. A Justiça é também para restaurar, para ajudar a sociabilizar. E é isso que estamos fazendo aqui com vocês”, disse o presidente do TJRJ, desembargador Ricardo Cardozo, na abertura do evento que marcou o reinício do programa “Justiça pelos Jovens”, suspenso durante a pandemia da Covid-19.

No Salão Nobre do TJRJ os primeiros 20 jovens que vão participar do projeto foram recebidos pelo presidente. Ao todo serão abertas 100 vagas para jovens em cumprimento de medidas socioeducativas ainda neste semestre. Eles serão encaminhados para funções administrativas nas diversas serventias.

“É um programa importantíssimo tanto para os jovens quanto para o Tribunal. Para os jovens porque é uma oportunidade de transformação, e para o Tribunal porque contribuímos para a inclusão desses jovens na sociedade, destacou o desembargador Ricardo Cardozo.

Futuro

Para os rapazes que cumprem ou já cumpriram medidas socioeducativas a experiência no mercado formal de trabalho é o resgate da cidadania.

Luis Fernando e Kevin têm projetos de vida diferentes, mas o mesmo objetivo de começar uma nova história.

“Esse projeto vai abrir muitas portas para jovens que precisam de uma oportunidade de trabalho em um local como esse, além de ampliar nossa visão de futuro. Esse é o primeiro passo. Agora é caminhar. Já penso no mestrado e no doutorado”, disse Luis Fernando, que aos 19 anos quer ser advogado e se prepara para fazer a faculdade de Direito.

Kevin terminou o ensino médio. Ele sonha em ser um grande estilista e reconhece a importância do Programa: “Eu acredito que todas as oportunidades que surgem temos que agarrar, mesmo não sendo na área que pretendo atuar. É muito gratificante receber uma segunda chance”.

Depoimentos de ex-integrantes do Programa

Vinícius Muniz Dias iniciou no “Justiça pelos Jovens” em 2009 quando estava em regime de semiliberdade e já trabalhou em três diretorias do TJRJ. Aos 32 anos está concluindo o curso técnico de logística, é colaborador da Divisão de Benefícios Previdenciários do Tribunal e já se organiza para entrar para a faculdade. Ele contou um pouco da sua trajetória e aconselhou os novos integrantes do projeto: “É fantástica essa chance que o Tribunal me deu e que oferece para vocês, mas para haver a ressocialização é preciso que o jovem desconstrua tudo aquilo que ele trouxe de onde veio e passe a construir novas oportunidades. Só depende de vocês”.

“O ‘Justiça pelos Jovens’ foi a grande oportunidade da minha vida, um divisor de águas”, disse Jhonata Jesus, estudante do sexto período de Direito que tem como meta entrar para a magistratura. Ele conta que o programa “Justiça pelos Jovens” mudou sua trajetória. Em 2017, cumpria medidas socioeducativas e chegou a ficar 31 dias apreendido. Hoje, aos 24 anos, é colaborador da Escola da Magistratura (EMERJ).

Participaram do evento a juíza auxiliar da Presidência, Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros; o secretário-geral de Sustentabilidade e Responsabilidade Social, Antônio Francisco Ligiero; e a diretora de Gente e Cultura do Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável, Roselene Souza.

O programa

Criado em 2003, o programa “Justiça Pelos Jovens” proporciona experiência profissional no mercado formal de trabalho a jovens entre 16 e 24 anos em cumprimento de medida socioeducativa ou após cumprimento. Eles são encaminhados pelas Varas de Infância e da Juventude, pelos Centros de Referência Especializado da Assistência Social, pelos Centros de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente e pelas Unidades do DEGASE.

Departamento de Comunicação Interna

Fotos: Rosane Naylor