Centro de Atenção e Apoio às Vítimas realiza mais de 100 atendimentos mensais

Ana, Carla e Márcia (nomes fictícios) foram vítimas de tentativa de feminicídio. Em depoimentos, elas contam como conseguiram ajuda.

“O CAAV foi quem realmente me acolheu e me abraçou, não como mais um caso, mas como um caso que precisava de atenção e amparo. Ainda hoje, nos piores dias de angústia e dúvidas, é com o CAAV que eu conto pra me orientar e buscar saída. Só quem já sofreu uma situação de violência sabe a importância desse acolhimento. Sou imensamente grata”, relatou Ana.

“O CAAV representado por sua equipe composta por excelentes profissionais como a dra. Solange (assistente social)  e a Bruna (estagiária - Serviço Social) nos fortalece e torna a moldura do nosso quadro de vida mais leve e colorida, nos fazendo olhar o horizonte que temos adiante e nos dando a motivação em prosseguir com a esperança de alcançarmos novos caminhos, novos rumos”, disse Carla.

“Faço esse depoimento como reconhecimento do trabalho realizado no CAAV do Tribunal e profunda admiração pela seriedade e competência dos profissionais. Fui escutada pela Solange, assistente social, que tem grande experiência na condução de casos de violência de gênero e sua sensibilidade e conhecimento entregaram pra mim as palavras que me fortaleceram. Meu olhar pra toda situação mudou e saí do CAAV, já no primeiro atendimento, com outra consciência de mim e dos meus direitos”, destacou Márcia.

Os relatos dessas três vítimas é parte do resultado do Centro Especializado de Atenção e Apoio às Vítimas de Crimes e Atos Infracionais do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (CAAV). 

A juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, auxiliar da Presidência e responsável pelo Centro, pontuou que o CAAV é pioneiro no Brasil e tem o trabalho reconhecido por magistrados de outros estados, que já vieram visitar as instalações e sempre pedem informações para montar a mesma estrutura em outros tribunais. A juíza falou sobre a importância do trabalho do Centro: “O Judiciário não pode simplesmente se preocupar com o processo em si. O processo é muito importante, a função jurisdicional é muito importante, mas através desse Centro nós conseguimos dar o encaminhamento, o atendimento a essas pessoas que foram vítimas. Fazemos o acompanhamento como atendimento psicológico e serviço social, e encaminhamos para a rede de atendimento. O objetivo é dar apoio e tentar melhorar essa condição de vítima, para que haja uma superação.”

A diretora do CAAV, Adriana Spalla Ognibeni disse que o atendimento é realizado por meio da demanda espontânea, mas a maioria das vítimas são encaminhadas pelos(as) juízes (as). “Atendemos vítimas de todos os tipos de crime e estamos abertos ao público das 11h às 18h. Nosso principal objetivo aqui é a escuta humanizada, o acolhimento, para que possamos evitar a revitimização”. 

“O juiz ou a juíza encaminha por e-mail o número do processo, nós entramos em contato com o representante legal, explicamos o que é o CAAV, que somos um centro de acolhimento e oferecemos o atendimento da nossa equipe multidisciplinar de psicólogos e assistentes sociais. Explicamos que o atendimento é para verificar as necessidades de saúde, jurídicas, sociais e previdenciárias da vítima e dos seus familiares e realizar os encaminhamentos necessários para a rede, de acordo com o que for detectado no atendimento”, explicou a diretora.

O CAAV

O Centro Especializado de Atenção e Apoio às Vítimas de Crimes e Atos Infracionais (CAAV) é um canal especializado de orientação às vítimas diretas e indiretas de crimes e atos infracionais. 

Inaugurado em 2021, o Centro se propõe, principalmente, a prestar informação e orientação à vítima de algum crime que, após ter sua denúncia transformada em processo judicial, se sente desamparada quando chega no Tribunal, sem saber para onde ir, a quem recorrer.  

A equipe multidisciplinar do TJRJ atua em diferentes frentes: orientação sobre direitos; encaminhamento formal para a rede de serviços públicos disponíveis na região (em especial os de assistência jurídica, médica, psicológica, social e previdenciária); além de oferecimento de informações e direcionamento aos programas de proteção a vítimas e testemunhas ameaçadas.

Atendimentos

Em 2023, o CAAV recebeu 478 vítimas em 895 atendimentos realizados pelas equipes. Já em 2024, os números revelam um aumento significativo: somente de janeiro a 6 de junho, foram 620 atendimentos, sendo 53 presenciais, 322 pelo telefone, 218 videochamadas, 25 pelo WhatsApp e dois para obter informações gerais. Nesse período foram atendidas 323 vítimas, sendo 242 pela equipe de psicologia, 298 pelo serviço social, 78 para informação processual e dois para outros serviços.

Contato

Av. Erasmo Braga, 115, sala 111, corredor B, lâmina I do Fórum Central. 
Tel.: (21)3133-2097  /  (21)97436-8150
E-mail: centro.apoiovitimas@tjrj.jus.br

Fotos: Rosane Naylor

Departamento de Comunicação Interna