TJRJ entrega 200 exemplares do livro “O Cais e o Cemitério” ao Instituto Pretos Novos
Desembargador Wagner Cinelli entrega exemplar do livro à diretora-presidente do Instituto Pretos Novos (IPN),
Merced Guimarães dos Anjos
O Instituto Pretos Novos (IPN) recebeu, nesta quinta-feira (30/01), 200 exemplares do livro “O Cais e o Cemitério”, impressos pelo Tribunal de Justiça do Rio. A obra é parte da trilogia “Ecos do Valongo”, que oferece um olhar inédito sobre o tráfico negreiro e seus impactos humanos. A iniciativa do TJRJ está alinhada aos compromisso assumidos a partir da adesão ao Pacto Nacional do Judiciário pela Equidade Racial, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Os livros foram entregues pelo desembargador Wagner Cinelli, que representou o presidente do Tribunal, desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo; à Ana Maria de la Merced Guimarães dos Anjos, diretora-presidente do Instituto.
“Uma instituição como o TJRJ estar próxima do Instituto Pretos Novos é de um valor inestimável. Essa parceria permitiu que o Tribunal colocasse sua gráfica a serviço do Instituto, uma contribuição para o resgate da história do Rio de Janeiro”, destacou o desembargador Cinelli, gestor pelo TJRJ do Pacto Nacional do Judiciário pelos Direitos Humanos.
Merced Guimarães dos Anjos explicou que os exemplares recebidos serão doados a pesquisadores. “A parceria com o Tribunal é muito importante e a minha ideia é reproduzir cada vez mais exemplares. Nós temos que difundir esse conhecimento para outras regiões do Brasil e também para o exterior”, pontuou.
“O Instituto tem uma grande importância para a sociedade brasileira, por trazer luz a esse tema tão invisibilizado, que é a escravidão, uma chaga do passado que se reflete até hoje”, concluiu o desembargador.
O livro
“O Cais e o Cemitério” revela os registros dos últimos anos do tráfico ao norte do Equador, abrangendo o período de 1812 a 1818. O livro, de autoria do pesquisador João Nara, também apresenta uma contextualização histórica, com foco nas mudanças políticas e sociais que do Rio de Janeiro, desde a chegada da família real portuguesa até a Independência do Brasil, passando pela pressão diplomática britânica em prol do abolicionismo.
Exemplares do livro “O Cais e o Cemitério”, impressos pelo TJRJ
Os outros livros da trilogia são “A Morte no Valongo”, com os registros de óbitos da Freguesia de Santa Rita, de 1824 a 1830; e “Silêncios que Gritam”, que oferece uma transcrição completa e uma análise detalhada de todos os óbitos registrados no Valongo.
O Valongo
Principal porto de entrada de africanos escravizados no Brasil e nas Américas, o Valongo, no Rio de Janeiro do século XIX, foi palco de uma das histórias mais trágicas e menos contadas do Brasil: o destino final de milhares de africanos cativos recém-chegados à América. Durante os mais de três séculos de duração do regime escravagista, o Brasil recebeu cerca de quatro milhões de escravizados. Pelo Cais do Valongo, na região portuária da cidade, passou cerca de um milhão de africanos escravizados em cerca de 40 anos, o que o tornou o maior porto receptor de escravizados do mundo.
O desembargador Wagner Cinelli ao lado (direito) da diretora-presidente do INP, Merced Guimarães dos Anjos,
e funcionárias dos TJRJ e do IPN
Fotos: Patrícia Grossi
Departamento de Comunicação Interna