Seminário debate os cem anos de falecimento de Rui Barbosa
“Os 100 anos de falecimento de Rui Barbosa” foi tema de seminário promovido pela Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj) na manhã desta quarta-feira (7/6). O evento foi realizado no Antigo Tribunal do Júri, no Museu da Justiça do Rio, e teve como palestrantes o professor e escritor Marcus Furtado Coelho, o membro do Instituto Brasileiro de História do Direito (IBHD) Christian Edward Cyril Lynch, o cientista político e professor Gabriel Souza Cerqueira e a editora-chefe da Revista Desvio, Gabriela Lúcio de Sousa.
Além destes, o seminário contou com a participação da advogada trabalhista Rita Cortez, da professora de Direito Processual Civil da Universidade Candido Mendes (UCAM) Maria Lúcia Sales Gyrão, e do desembargador Ronald dos Santos Valadares. A desembargadora Cristina Gaulia, presidente do Fórum Permanente de Estudos Constitucionais, Administrativos e de Políticas Públicas Professor Miguel Lanzellotti Baldez, da Emerj, foi a responsável pela abertura do evento.
“Nosso encontro de hoje, nesse espaço plural, democrático, gratuito e aberto a toda sociedade civil, busca divulgar não só como se constituiu no país o Poder Judiciário, mas também a importância do respeito à Constituição. Rui Barbosa trouxe emblemática contribuição para a formação do pensamento político constitucional brasileiro. Jurista a frente de seu tempo, era um liberal que defendeu o abolicionismo, o federalismo e que apresentou um modelo de controle difuso de constitucionalidade inserido na Constituição”, explicou.
O professor Christian Lynch, pesquisador da obra de Rui Barbosa, disse que o famoso jurista defendeu causas importantes como: eleição direta, voto secreto, voto feminino e igualdade salarial entre sexos, dentre outros assuntos.
“A obra dele é extensa. Falar sobre Rui Barbosa é difícil. Ele ocupou o primeiro plano da política nacional durante 50 anos. É um homem que deixou um legado enorme para gerações posteriores”, declarou.
Durante o seminário, o advogado Marcus Vinícius Furtado Coelho, lançou o livro “Ruy Barbosa -o Advogado da Federação e da República".
“Se pudéssemos sintetizar seu pensamento em duas palavras seriam: ‘liberdade’ e ‘igualdade’. Rui é aquilo que o Brasil tem de mais clássico. O clássico é aquele que, já em sua época, prega ideias a frente de seu tempo. E suas ideias são atemporais”, considerou.
“Rui Barbosa é sempre lembrado como grande intelectual, defensor do liberalismo. Se dedicava ao debate político de forma aberta. Foram deixadas, através de desse legado, marcas de um paradigma legalista de combate ao autoritarismo e a intolerância”, acrescentou o professor Gabriel Cerqueira.
Em sua fala, a professora Gabriela Lúcio apresentou Maria Augusta Rui Barbosa, esposa do jurista e mãe de seus cinco filhos. O evento contou, também, com uma mostra do acervo histórico de Rui Barbosa do Museu de Justiça do Rio.
“É uma honra seguir a orientação do presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Ricardo Cardozo, e colocar à disposição da instituição parceira Emerj, nosso acervo e espaço histórico”, declarou a diretora do Museu da Justiça, Siléa Macieira.
MG/FS