Líderes religiosos defendem cultura de paz em culto ecumênico pelo Dia da Justiça
Os líderes que representaram as religiões judaica, espírita, católica e evangélica em culto ecumênico celebrado nessa sexta-feira, dia 7, no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), destacaram o respeito e o diálogo como condições necessárias para construir uma sociedade mais justa. A cerimônia foi realizada em comemoração ao Dia da Justiça, 8 de dezembro.
Ao relembrar as ideias do educador Paulo Freire, o rabino Dario Bialer afirmou que a educação deve ter papel de destaque na construção das nações e defendeu o diálogo para superar momentos de crises e conflitos. Para o rabino, a fragmentação social gerada pelos preconceitos poderá ser superada disseminando valores de harmonia e solidariedade.
“Sabedoria é respeitar a posição e as ideias dos outros, não levantar a sua voz e manter o respeito pelos desfavorecidos. As multiplicidades devem coexistir, e não só nas palavras, mas nas práticas diárias, que difundem o respeito como método fundamental para o convívio social”, disse.
As evoluções culturais, científicas e filosóficas vivenciadas ao longo do século XIX foram exaltadas pelo desembargador Carlos José Martins, que representou os espíritas na cerimônia. De acordo com o magistrado, o período deve servir de exemplo para construir uma sociedade que, baseada na confiança em suas instituições, deve seguir em desenvolvimento.
“O avanço na compreensão do mundo emancipou o homem e mudou sua trajetória. E para seguirmos na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, devemos entender e respeitar as diferenças. O Poder Judiciário deve contribuir para fortalecer a sociedade”, avaliou.
Para o diácono Nelson Águia, representando a Arquidiocese do Rio de Janeiro, é preciso praticar o amor antes de praticar qualquer religião e, ao afirmar que o ano de 2019 trará grandes desafios, fez um pedido aos presentes.
“Não podemos desanimar diante das dificuldades. Vamos encontrar novas soluções, renovar nossos caminhos e, principalmente, espalhar o amor. Vamos olhar para o outro e abraça-lo, construir um caminho de paz e diálogo”, defendeu.
O juiz baiano Anderson Bastos, titular da 4ª Vara Criminal de Salvador, foi convidado para falar em nome dos evangélicos. O magistrado parabenizou o trabalho feito pelo TJ do Rio e afirmou que o Poder Judiciário deve estar disposto a enfrentar as dificuldades e comprometido para atender às demandas da sociedade.
“Cada vez mais a Justiça tem tido um papel de protagonismo e, para cumprir com sua missão, deve ter força para chegar em lugares que antes eram inalcançáveis. Por meio do Poder Judiciário nós podemos ajudar as pessoas”, afirmou.
A cerimônia terminou com a apresentação do Coral dos Amigos do Tribunal de Justiça.
JGP/SF
Fotos: Brunno Dantas/TJRJ
