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Roda de conversa, na Corregedoria, debate as interseccionalidades e os grupos reflexivos com mulheres
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 28/06/2024 14:41

A "Roda de conversa: interseccionalidades e grupos reflexivos com mulheres (somando na rede de atendimento)" reuniu, de forma híbrida, no dia 24 de junho, assistentes sociais, psicólogos, comissários de justiça, estagiários de serviço social e de psicologia, para debater a violência doméstica e familiar contra a mulher.

 

Em seu discurso de abertura do evento, o Juiz auxiliar da Corregedoria, Sandro Pitthan Espíndola, falou da experiência que viveu durante o período em que foi juiz titular num juizado de Violência Doméstica e Familiar contra Mulheres.

“Foi uma experiência riquíssima e muito importante na minha formação como juiz e como pessoa. Este é o momento especial para tratarmos desse assunto e recebê-las aqui, principalmente, nesta Roda de Conversa, porque sabemos que, desde 2021, o CNJ possui um protocolo próprio para julgamento com perspectiva de gênero, e diversas nuances, desse protocolo, têm que ser absorvidas por todos que atuam no sistema de justiça. E o sistema de justiça também há de ser preventivo”, disse o magistrado.

 

O juiz ressaltou, ainda, a importância do tema, quando se fala de interseccionalidades e grupos reflexivos com mulheres, e se vê logo o papel importante do cuidado.

“O cuidado como valor jurídico. É importante, é difícil e é sensível o olhar que temos que ter com essas mulheres, vítimas de diversas formas de violência. Da violência do seu gênero, fruto do patriarcado, da violência decorrente da sua cor de pele, raça e etnia, do seu território, da violência na área da infância e da juventude e na área do idoso, quando falamos do etarismo. E quanto essas violências estão relacionadas”, concluiu.

 

A diretora da DIATI, Sandra Pinto Levy, elogiou o trabalho de confecção do livro “Escrevivências Periféricas - Minha Vida Importa Sim!” e lembrou que é importante o registro da violência para que seja elaborada por quem sofre a violência.

“Eu li no prefácio um trecho que diz assim: ‘o sofrimento individual quando é compartilhado torna-se combustível para a construção de relações respeitosas entre homens e mulheres’. Quando se fala para o outro do trauma que foi vivido, é uma maneira de elaborar, de passar por esse trauma. E o livro diz muito isso”, finalizou a diretora.

 

O evento contou com a participação da Sra. Marisa chaves, Coordenadora da organização Movimento de Mulheres de São Gonçalo, com 36 anos de existência, que expôs sobre a relevância da discussão acerca do território das mulheres vítimas de violência, com particularidades que acentuam as vulnerabilidades vivenciadas, e do trabalho construído ao longo dos anos, com atendimentos a mulheres e a crianças e adolescentes. A Assistente Social, Lucileia Baptista, e a Psicóloga, Patricia Muniz, apresentaram o trabalho realizado pelo Grupo Reflexivo de mulheres de São Gonçalo, sua metodologia e seus resultados da abordagem que coletiviza e permite a troca e o fortalecimento entre suas participantes.

 

O evento foi enriquecido com a exposição das Sras. Giselle Coutinho e Isabel Cristina Pareto, duas das autoras do livro “Escrevivências Periféricas - Minha Vida Importa Sim!”.  E participantes do Grupo Reflexivo de Mulheres relataram sobre as suas histórias de vida, a importância do grupo e outros atendimentos e acompanhamentos no Movimento de Mulheres de São Gonçalo, para rompimento do ciclo de violência e estabelecimento de novos caminhos. Também ressaltaram o processo de elaboração do livro e a importância de compartilhar as experiências para as tratar dentro de si e sensibilizar outras pessoas sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher.