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Informações Jornalísticas e Vazamentos Seletivos, temas de palestra de Domingos Meirelles
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 26/06/2017 14:58

O presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Domingos Meirelles, fez, na manhã de hoje, no Auditório Desembargador José Navega Cretton, uma palestra com o tema “Informações Jornalísticas e Vazamentos Seletivos”,  a convite da Associação de Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj). A presidente da Associação, juíza Renata Gil, abriu o evento falando sobre a diferença entre o trabalho de um jornalista e de uma pessoa não habilitada a informar, que não costuma checar todas as informações recebidas, o que torna a internet “a casa de todos”.

O desembargador Fernando Foch, que já trabalhou como repórter, ensinou que magistrados e jornalistas têm que se entender sem cumplicidade e observou que o preconceito contra a mídia está diminuindo:

- Jornalista não morde. Você não pode falar sobre o processo que vai julgar, mas pode explicar o mecanismo, falar em tese. Acho que, o que é notícia, a mídia tem o dever de divulgar. A responsabilidade é de quem não sabe guardar o sigilo. Estou há 34 anos aqui no Tribunal de Justiça e não me esqueço do jornalismo. Sou associado da ABI há 50 anos.

Domingos Meirelles, que, atualmente, trabalha na TV Record, disse se sentir o “último exemplar” de uma carreira em extinção:

- Sou da época em que os jornalistas conversavam. Hoje, trocam e-mail, mesmo um se sentando ao lado do outro. O ambiente das redações era enfumaçado e muito barulhento, com o som das batidas dos dedos nos teclados da máquina de escrever. Eu me sinto mal ao visitar as redações de hoje. Tenho a impressão de estar entrando em uma capela mortuária e que o corpo, que é o jornalismo, já foi enterrado.

Meirelles discorreu sobre a profissão de jornalista e falou sobre informação privilegiada, anteriormente chamada, no jargão jornalístico, de “prato feito”:

- Se alguém oferece isso, desconfie porque não existe almoço grátis. A informação privilegiada não era muito bem-vista porque não era fruto do trabalho do repórter. A redação, então, fazia uma espécie de fiscalização para saber o que havia entre o jornalista e a fonte. O vazamento seletivo é fruto de interesses – disse ele, que ilustrou a palestra com diversos casos reais, como o Watergate e a Lava-Jato.

 

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