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Corregedor-Geral da Justiça conhece unidades para adolescentes na Ilha do Governador
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 15/08/2017 19:37

Acompanhado dos juízes auxiliares Afonso Henrique Barbosa e Leandro Loyola de Abreu, o Corregedor-Geral da Justiça, desembargador Claudio de Mello Tavares, conheceu hoje à tarde duas unidades do Degase: o Centro de Socioeducação Dom Bosco (masculino) e o Centro de Socioeducação Professor Antonio Carlos Gomes da Costa (feminino), ambos na Ilha do Governador, fazendo aos responsáveis uma série de perguntas sobre os jovens que estão ali cumprindo medidas socioeducativas ou aguardando audiência. Acompanharam a visita, entre outros, o diretor-geral e o corregedor do Degase, respectivamente Alexandre Azevedo de Jesus e Adilson Câmara, e o secretário estadual de Administração Penitenciária, Erir Ribeiro. Esta foi a primeira vez que um Corregedor do Tribunal de Justiça visita unidades destinadas a adolescentes.

No Dom Bosco (antigo Padre Severino) estão 280 jovens, embora a capacidade seja para 208. Ali, eles devem ficar por, no máximo, 45 dias até que seja decidido em qual unidade ele cumprirá a medida socioeducativa. São oito camas por alojamento, como no modelo antigo, e boa parte das reformas foi bancada pelos funcionários. Dos 280 internos, segundo o diretor Marcos Rodrigues Bastos, de 70% a 80% foram apreendidos por tráfico de drogas. A maioria é da cidade do Rio de Janeiro, mas têm sido apreendidos no município de quatro a cinco adolescentes vindos de São Paulo. No Desipe, presos dessa mesma facção criminosa já somam 114.

Bastos contou que muitos menores chegam à unidade sem qualquer documento e que alguns dão nomes falsos e mentem a idade à polícia para não serem levados para o Desipe, mas acabam reconhecidos por funcionários do Degase. A rotina no Dom Bosco começa às 7h da manhã quando é servido o café e o grupo é dividido em duas turmas: os que vão para audiência e os que vão para a sala de aula onde começam a ser preparados para o estudo convencional. Segundo Bastos, a grande maioria tem família – que é convidada a conhecer a unidade em visitas guiadas aos sábados e segundas-feiras – e sabe ler e escrever. Na escola que funciona dentro da unidade, existem sete salas e cada turma tem 15 alunos. Como são dois turnos, são atendidos 105 jovens por turno. As turmas são multisseriadas: umas atendem os que cursam as primeiras séries do ensino fundamental, e outras, as últimas. Todos passam por um teste de nivelamento. Uma vez por semana, assistem a filmes educativos. Todas as salas têm uma televisão multimídia e um aparelho de DVD. As visitas não costumam ser constantes porque as famílias não têm dinheiro para o transporte todo fim de semana.

O Centro de Socioeducação Professor Antonio Carlos Gomes da Costa (antigo Santos Dumont), segundo o diretor Leonardo Souza, tem 44 vagas, já comportou 80 adolescentes, mas abriga atualmente 49, sendo 31 internas e 18 provisórias. Nenhuma está grávida. Cada alojamento abriga de três a quatro adolescentes e a maioria tem uma espécie de mesa que serve de apoio para brinquedos, esmaltes e muitos batons. Souza contou ao Corregedor-Geral e aos juízes auxiliares que, há alguns anos, a maioria das adolescentes respondia por furto, mas que, atualmente, o crime mais cometido por elas é o tráfico de drogas.

O Corregedor-Geral da Justiça, Claudio de Mello Tavares, conversou com vários adolescentes sobre os motivos que os levaram às unidades do Degase, suas famílias e esperança para o futuro. Nas unidades do Degase ficam adolescentes de 12 a 18 anos e uns poucos até 21, em caráter de excepcionalidade. Além das aulas do currículo normal, recebem assistência religiosa e podem fazer atividades lúdicas, como leitura e ver filmes educativos e cursos como os de informática e fotografia. Todas as unidades, tanto do Degase  quanto do Desipe, aceitam doações de filmes, documentários e desenhos educativos, além de livros. Todas as doações passam por triagem antes de serem colocados no acervo das unidades.

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